Evolução Tecnológica: Da Indústria 4.0 ao Humano 1.0
Opinião

Evolução Tecnológica: Da Indústria 4.0 ao Humano 1.0

Caros leitores, o quotidiano é marcado pela Tecnologia. No Local de Trabalho, em Casa, na Escola/Faculdade, na Biblioteca, em todo o lado.

A viragem do século trouxe o acesso das Massas à tecnologia. Algo que antes estava “reservado” para os colaboradores de grandes players tecnológicos do mercado, como a Apple, a Microsoft, a Sony, etc., a par das classes sociais mais abastadas, com contactos e acessos a variados dispositivos e equipamentos tecnológicos. A introdução de computadores e portáteis de gama affordable, sem esquecer o smartphone, lançado no fim da primeira década de 2000, foram cruciais para a sociedade aceder e criar conteúdos na Web, desde notícias, publicações em blogues, até, mais recentemente, o surgimento e “explosão” das plataformas de média sociais (social media). A pandemia de Covid-19 impulsionou, ainda mais, este crescimento. Novas ferramentas digitais vieram à superfície, com especial destaque para o Chat GPT.

Tal evolução veio trazer vários benefícios: o acesso a fontes de conhecimento e de informação, comunicação entre pessoas de várias partes do mundo em segundos, partilha de experiências, diversificação de fontes de entretenimento, entre muitas outras. No contexto empresarial não foi diferente: plataformas que vieram agilizar o trabalho, na medida em que permitiu que tarefas sem grande impacto e repetitivas fossem, até certo ponto, minimizadas; aplicações que vieram impulsionar a criatividade do mundo corporativo; programas que vieram auxiliar processos de tomada de decisão.

Por outro lado, a evolução tecnológica também trouxe inconvenientes para esse meio. A grande dependência nas TIC levou a que colaboradores limitem o desenvolvimento das suas competências, pessoais e técnicas, e ocultem os seus pontos mais débeis ao recorrem à Internet para solucionarem questões e problemas que, em parte, deveriam saber fazê-lo, sempre considerando a formação que receberam no início do exercício das suas funções. Ainda que se diga com muita frequência que as tecnologias vieram melhorar a vida da sociedade, não sei até que ponto é que isso não é, em parte, uma ilusão.

Nos tempos passados, quando se deparava com um desafio, o ser humano via-se obrigado “a puxar pela cabeça”, a utilizar a sua inteligência e recursos offline para criar uma solução para tal. Atualmente, já não se vê tanto isso. Falar do Chat GPT é o exemplo mais óbvio. Faz-se lhe uma pergunta, e ele responde instantaneamente. Se a resposta está certa ou errada? Isso já é outra história.

Cabe ao ser humano utilizar os recursos tecnológicos como uma forma de aperfeiçoar a qualidade e detalhe do seu trabalho; e não como o desenvolvedor do mesmo. Para isso não é preciso estar lá. No fim de contas, não é de estranhar que num futuro próximo a tecnologia venha substituir inúmeros postos de trabalho. Afinal, se as pessoas não têm (ou não mostram) as suas valências, porquê estarem num determinado sítio? A Inteligência Artificial (IA) encarrega-se disso.

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Gustavo Tavares Pé D'Arca
COLUNISTA
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