Desporto jovem adiado
Opinião

Desporto jovem adiado

A prática desportiva é fundamental no desenvolvimento da sociedade, tendo especial importância junto das crianças e dos adolescentes.

Especialistas em Psicologia afirmam que a falta de atividades físicas entre as crianças e os jovens, geram problemas tanto físicos, como mentais. Trabalhos científicos realizados neste domínio, provam que existem sinais de que a atividade física tem um impacto positivo no desenvolvimento cognitivo e na sociabilização dosa cidadãos. A atividade física é também muito importante, na prevenção da saúde mental. Existem estudos que dizem que adolescentes que são mais ativos, têm melhores resultados escolares, mas também têm melhores níveis de relação social e saúde mental. A atividade física também serve para lidar como prevenir o excesso de peso e obesidade. Além do combate à obesidade, as atividades físicas também evitam outras doenças, tais como problemas cardiovasculares, cancerosos, entre outros, pelo que se tornam essenciais para as crianças e jovens. Chegados aqui, convém chamar à atenção sobre o tipo de praticantes desportivos na questão de género, cujos resultados de estudos realizados, indicam existir uma diferença que ronda os 10%, em prejuízo dos praticantes do género feminino.

Durante a pandemia, verificou-se uma paragem forçada das competições e treinos nos desportos de formação, que deixaram sem acesso à prática desportiva milhares de jovens. A ausência de respostas para a prática de atividade física levou a que muitos jovens a “desviarem-se do seu percurso em busca de outra ocupações e interesses”. As escolas e famílias tinham uma prática desportiva integrada no processo de desenvolvimento do jovem, adolescente ou da criança. Verificou-se a quebra da ligação entre a família, escola e desporto (clubes desportivos) que complementava uma educação-física, que procurava dar resposta ao desenvolvimento pessoal que em algumas competências que ficaram prejudicadas.

Este interregno pandémico, significa a quebra de uma relação entre a escola, as famílias e os clubes desportivos que devem ser o garante de um direito básico de cidadania. Perante este vazio de ocupação de tempo livres, as crianças e os jovens, procuraram outras actividades como é ocaso do uso excessivo dos seus Telemóveis/ smartphones/ computadores etc..

Hoje, apesar do regresso à normalidade, um estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde sobre a falta de atividades físicas entre crianças e adolescentes entre 11 e 17 anos, que concluiu que mais de 80% dos adolescentes, que frequentam escolas em todo o mundo, não cumpriram as recomendações atuais de pelo menos uma hora de atividade física por dia,

Todavia, as previsões com o actual desempenho, prevê-se uma redução relativa de 15% em 2030, meta que continua a ser ainda muito insuficiente!

Perante este diagnóstico, recomenda-se:

1 – A promoção urgente de políticas e programas eficazes, que incentivem o aumento da atividade física nos adolescentes, com a implementação de ações multi-setoriais, que ofereçam oportunidades aos jovens de serem ativos, generalizando a prática de actividades desportivas.

2 – É essencial que crianças e jovens, desde muito cedo, se envolvam em atividades desportivas e de caráter recreativo, como caminhadas e ciclismo, atletismo, onde as figuras públicas, tais como líderes nacionais, regionais e locais, devem permanentemente fazer a apologia da importância da atividade física para a saúde e o bem-estar de todos cidadãos.

Concluindo, para que a concretização destas medidas seja bem-sucedida, é fundamental, a participação dos pais,“estes têm que ser ativos fisicamente”. Crianças e jovens de pais ativos, seguramente, serão mais ativos também. Então, a primeira coisa é o exemplo, outra é não deixar as crianças ficarem tanto tempo nessas atividades sedentárias e procurando impor um limite diário de número de horas que podem fazer nessas atividades, como o uso dos seus telemóveis e de computadores. Ao mesmo tempo, também, colaborar com a escola, porque esta é realmente um dos locais mais importantes para promover a atividade física, porque os pais sozinhos não conseguem os melhores resultados para este desígnio, que deve ser de interesse Nacional!

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António Cardoso

Antonio Cardoso
COLUNISTA
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