O 25 de Abril de 1974 está registado no meu passaporte com o carimbo da Direção-Geral da Saúde (DGS). Ia viajar para Budapeste em negócios e tive de adiar uns dias a dita viagem, que foi fundamental para mim. Nos primeiros dias de maio, estava eu a almoçar nos jardins do Sheraton, em Budapeste, na companhia do presidente da empresa Hungarovim e tive a maior lição de geopolítica da minha vida.
O senhor Marlon tinha sido embaixador da Hungria em Washington e explicou-me qual seria o destino de Portugal, em termos de alinhamento político, sem margem para dúvidas.
Regressei a Portugal com a certeza que a democracia ia vingar, o que me ajudou a ultrapassar o ‘verão quente de 1975’ e a ameaça comunista, sem receios, como está demonstrado com o nascimento da Sedacor, Lda., que comemora, em 7 de junho, os seus 50 anos, sociedade de que sou cofundador.