Em comunicado de imprensa, o PS de Argoncilhe refere que a Junta de Freguesia local ofereceu bilhetes às crianças para um espetáculo circense em Gondomar, o que não concordam, face à distância e ao montante alegadamente gasto em ingressos, pois o partido considera que “não terá retorno” por não ser um evento realizado no Concelho. O presidente Manuel Santos contraria os socialistas e garante que foi o proprietário do circo a doar os bilhetes às crianças, tendo o órgão executivo servido “como intermediário”
As crianças entre os dois e os 12 anos de Argoncilhe receberam, em dezembro, um bilhete para um circo que se encontrava em exibição em Gondomar. O PS de Argoncilhe classificou a prenda como “amarga” e explicou o porquê.
“Este bilhete de circo traz alguns problemas, sendo o primeiro deles o facto de o evento ocorrer em Gondomar, a 31 minutos de viagem. Isto seria razoável se o circo não tivesse espetáculos mais perto”, começa por referir o partido, em nota de imprensa. À distância, acrescenta o montante a ter de ser desembolsado pelos pais. “Outro aspeto negativo é o custo que é imposto aos pais com esta medida, pois os bilhetes grátis destinam-se às crianças, mas que para assistirem ao circo têm de ser acompanhadas pelos pais. Como os bilhetes para adulto custam 14€, os pais precisam de desembolsar, no mínimo, o dobro do que é oferecido para poderem aproveitar a medida da Junta de Freguesia”, explica, antes de acrescentar que “o dinheiro gasto, cerca de 6300 euros” em bilhetes, não terá retorno, pois o evento acontece em Gondomar e não no concelho de Santa Maria da Feira.
Para o PS de Argoncilhe, a Junta de Freguesia deveria de ter criado um evento circense no seu território, com a participação de organizações sociais, como, por exemplo, o Grupo Musical Estrela de Argoncilhe ou a Casa da Gaia.
Posto isto, o partido considera que o executivo mostrou “falta de consideração pelos contribuintes, pelas empresas e pelas organizações sociais e culturais de Argoncilhe”.
Contactado pelo Correio da Feira, o presidente da Junta de Freguesia de Argoncilhe, Manuel Santos, contrariou o referido, dando conta que o órgão executivo serviu somente “como intermediário”. “O proprietário da empresa do circo, sediada em Argoncilhe, ofereceu-nos bilhetes para distribuirmos pelas crianças da freguesia. Tiveram a amabilidade de oferecer bilhetes às crianças para irem ver o espetáculo e quando nos oferecem algo, não podemos reivindicar o local. A empresa doou-nos as entradas e oferecemos à população”, esclareceu, assegurando que a Junta de Argoncilhe não desembolsou “nem um cêntimo” em entradas.