O presidente do clube, Rodrigo Nunes, confirmou ao Correio da Feira uma reunião com Kunle Soname e a apresentação de uma proposta de recompra. A resposta deveria chegar até dezembro do ano passado, mas, mês e meio depois, ainda não chegou
Adensam-se as “relações difíceis” entre o clube e a SAD do Clube Desportivo Feirense. Após a assembleia geral (AG) do clube, de 24 de outubro de 2022, em que foi assumido o “incumprimento contratual da SAD”, dias depois, em entrevista ao Correio da Feira (CF), Rodrigo Nunes anunciou que esperava ter, “brevemente”, uma reunião com o investidor Kunle Soname, garantindo que seriam tomadas medidas caso a dívida — “cerca de 700 mil euros” — não fosse resolvida.
O CF soube que a reunião entre Rodrigo Nunes e Kunle Soname aconteceu efetivamente, em novembro do ano passado, e que o clube apresentou mesmo nova proposta de recompra da SAD — na entrevista ao CF, Rodrigo Nunes já tinha dado conta de uma tentativa, recusada.
O presidente do Feirense confirmou a reunião, “a convite de Kunle Soname”, que aconteceu “em Inglaterra” (Londres), bem como a nova proposta de recompra, que tarda em ser respondida… “Apresentámos uma proposta de recompra da SAD. Ficaram de responder até ao Natal e, até hoje [10 de fevereiro], não obtivemos qualquer resposta. No momento, Kunle Soname mostrou-se interessado e entusiasmado por ser o Feirense a [re]comprar, mas ficou de responder até dezembro e em fevereiro ainda não obtivemos resposta”, afirmou.
Na reunião, em que inicialmente estava previsto estarem apenas Kunle Soname e Rodrigo Nunes, estiveram também o diretor geral da SAD, Miguel Fernandes, e Tiago Calisto — sem representação na SAD, mas que terá funções de representação do empresário nigeriano na SAD. Duas presenças que “não surpreenderam” Rodrigo Nunes. “Não era suposto [estarem presentes] porque fomos a Inglaterra a convite do Kunle Soname para termos uma conversa entre os dois”, mas “a presença deles não me surpreendeu”. Questionado se as mesmas teriam influência no não avançar do negócio, Rodrigo Nunes foi evasivo. “Não posso afirmar que é por causa deles que o negócio não se fez, mas, eventualmente, pode ter influência”.
Rodrigo Nunes não quis desvendar qual o valor apresentado para a recompra, afirmando apenas que foi uma proposta acima e “diferente” à da compra — em 2015, Kunle Soname comprou 70% da SAD do Feirense por 1,05 milhões de euros —, mas assumiu que o défice em dívida da SAD, “cerca de 700 mil euros”, é “aproximadamente” o mesmo. “Está quase tudo igual. Depois de fazermos um ultimato de que iríamos cortar a água, luz e gás, fizeram [SAD] um pagamento de uma verba referente à dívida com essas despesas, mas não é o total em dívida de água, luz e gás”, explicou, admitindo estarem “a ponderar todas as situações para tomarmos as medidas que acharmos serem convenientes”.