O projeto ‘Beta Circus’ prepara “um novo ciclo de atividades” com “o objetivo de dar resposta às novas tendências do circo contemporâneo e colmatar a falta de oportunidades para a formação profissional de artistas”
Co-financiado pelo Programa Europa Criativa, ‘Beta Circus’ integra parceiros de quatro países europeus, tendo a sua base operacional em Santa Maria da Feira, cidade da Bússola, a entidade que lidera o consórcio, a par do Teatro Necessario (IT), Ludifico (RS) e Rigas Cirks (LV). O projeto de cooperação visa criar uma oportunidade transnacional europeia para explorar o circo participativo como uma tendência futura, destacando a participação do público no processo criativo do circo, permitindo que a audiência se torne co-autor, editor e observador do processo criativo.
O novo projeto propõe também momentos para que o público experimente essas novas linguagens e conceitos com apresentações ao vivo, nomeadamente nos países parceiros, contribuindo para “o desenvolvimento de uma nova visão europeia dedicada ao processo de capacitação de artistas emergentes de circo contemporâneo em busca de trabalhos inovadores, tendências futuras e linguagens disruptivas no contexto europeu, com especial enfoque em países sem formação de circo de nível superior e com reduzido reconhecimento do circo enquanto domínio das artes contemporâneas”.
A aplicação da metodologia das artes participativas ao contexto do circo contemporâneo promoverá “o envolvimento da comunidade local do território de intervenção com um processo de criação integral e estruturado, aplicado a espaços não convencionais de apresentação artística, incluindo o espaço público, conectando as artes contemporâneas ao património cultural imaterial local pela voz dos habitantes, enquanto co-criadores com artistas profissionais”.
Segundo a Bússola, artistas de circo selecionados por convocatória pública europeia irão juntar-se a coletivos locais com experiência em artes participativas, unindo forças para uma experiência colaborativa apoiada por mentores especializados. Laboratórios artísticos, encontros colaborativos, investigação artística e residências criativas nos locais selecionados com a comunidade local são as principais etapas do projeto. Cada experiência artística é finalizada com uma apresentação pública do trabalho desenvolvido.
De salientar que a ligação do circo contemporâneo com a metodologia das artes participativas é uma tendência futura que o ‘Beta Circus’ pretende explorar, complementando as atividades de capacitação artística e cocriação com um contexto de investigação e acompanhamento que permitirá a publicação de um toolkit e de um documentário, no final do projeto, visando a divulgação da metodologia e da experiência para os profissionais artísticos europeus e internacionais. De fevereiro de 2023 a março de 2025, o circo participativo será o foco das atividades do ‘Beta Circus’.
O projeto conta com um financiamento europeu no valor de 200 mil euros para um período de 27 meses e pretende envolver 32 participantes internacionais.