A Mercadona faturou 737 milhões de euros em Portugal e duplicará a aposta no país para 280 milhões de euros em 2023. A empresa gerou ainda mais mil novos postos de trabalho no nosso país
A Mercadona, empresa de supermercados, anunciou, em comunicado, que aumentou as suas vendas consolidadas em superfície constante em 11% em 2022, para os 31.041 milhões de euros. Deste total, 30.304 milhões correspondem à faturação da empresa em Espanha e os restantes 737 milhões de euros são relativos à faturação em Portugal, onde conta já com 39 lojas.
Ao longo destes 12 meses, a empresa criou mais de três mil novos postos de trabalho, mil dos quais em Portugal, o que lhe permitiu fechar o ano com uma equipa de 99 mil pessoas, todas com contrato efetivo. Além disso, e para garantir o seu poder aquisitivo, no âmbito do Modelo de Qualidade Total, melhorou tanto o salário base como os complementos existentes de toda a equipa, o que resultou num aumento salarial em linha com o IPC de cada país, concretamente 5,7% em Espanha e 9,6% em Portugal – país onde, além disso, o salário de entrada na empresa também aumentou 11%.
Uma das rentabilidades mais baixas da sua história
Em 2022, a empresa trabalhou, em conjunto com os fornecedores com os quais colabora, para se adaptar ao complexo contexto derivado do aumento dos preços da energia e também das matérias-primas, com o consequente impacto no preço de custo dos produtos na origem.
Para minimizar o impacto desta inflação nos preços de venda ao público, a empresa implementou inúmeras medidas para reduzir custos e multiplicar a eficiência, o que lhe permitiu melhorar a produtividade em 7% face a 2021, melhorando, uma vez mais, a gestão da empresa.
Tudo isto resultou numa redução da margem em 0,6 pontos, o que faz com que a rentabilidade da empresa seja uma das mais baixas da sua história, 0,025€, comparativamente com os 0,027€ de 2021.
Contribuição tributária histórica
As contribuições fiscais da Mercadona em Portugal e em Espanha foram históricas: 2.263 milhões de euros, mais 12% do que em 2021. Ao analisar detalhadamente esta contribuição, destaca-se o IVA, que cresceu para 418 milhões de euros, mais 26%; ou o IRS dos colaboradores, correspondente a 443 milhões de euros, mais 12%.
Além disso, a empresa aumentou a sua contribuição direta em 13%, para os 390 milhões de euros; e pagou um total de 240 milhões de euros de Imposto de Sociedades e IRC, mais 22%. Da mesma forma, pioneira na sua política de partilha dos lucros gerados com os colaboradores, distribuiu um total de 405 milhões de euros com toda a sua equipa, mais 8% do que no ano anterior.
O lucro líquido do grupo situou-se em 718 milhões de euros. Este valor representa um aumento de 5%, praticamente metade do aumento registado pelas vendas (+11%), validando o esforço feito pela empresa para conter a inflação através da otimização e redução das margens e da rentabilidade.
Um esforço de investimento de 923 milhões, procedentes dos lucros reinvestidos
Com o objetivo de avançar de forma sustentada na consolidação de um modelo de empresa mais digital, produtivo e sustentável, tendo como farol ‘O Chefe’ (cliente), a Mercadona, graças aos lucros reinvestidos ano após ano, conseguiu realizar um novo esforço de investimento durante este ano de 923 milhões de euros, dos quais 140 milhões se destinaram a Portugal. Graças a isso, fechou 2022 com 1.676 supermercados, 39 em Portugal, depois de ter aberto 63 supermercados, dez no país luso, e fechado 49 lojas que não se adequavam ao seu novo modelo de loja mais eficiente e sustentável (Loja 8).
Este esforço refletiu-se também na abertura de duas novas Colmeias (armazéns destinados exclusivamente à preparação e distribuição de encomendas para a venda online em Espanha); na implementação da secção Pronto a Comer, o que permitiu terminar o ano com 972 lojas com esta nova secção, a construção, reforma e adaptação dos seus blocos logísticos, a entrada da Mercadona em cinco novos distritos de Portugal em 2022; a inauguração da primeira fase dos novos escritórios em Albalat del Sorells (Valência), no qual já trabalham mais de 250 pessoas, e na inovação e desenvolvimento de novas ferramentas informáticas para continuar a reforçar a eficiência da empresa.
Juan Roig: “A geração de riqueza é um esforço partilhado por todos os que formam a Mercadona”
Na conferência de apresentação dos resultados de 2022, o presidente da Mercadona, Juan Roig, agradeceu a confiança dos ‘Chefes’ que compram diariamente na Mercadona. Destacou ainda “estar muito orgulhoso das 99 mil pessoas que compõem a empresa, porque perante situações excecionais, se superam a cada dia. Todos partilham um modelo de empresa que promove a prosperidade com um propósito comum: disseminar amplamente os benefícios na sociedade. Assim foi em 2022, ano em que a empresa fez uma contribuição fiscal histórica e, portanto, para o desenvolvimento do bem-estar de todos”.
Segundo Juan Roig, todos estes factos confirmam que “somos nós, os empresários, os executivos e os trabalhadores, através das empresas, que geramos riqueza e prosperidade. Se depois aqueles que têm a responsabilidade de a gerir souberem fazê-lo, há riqueza para todos, se não, haverá conflitos”.
Um investimento de 1.100 milhões de euros em 2023 e 1.000 novos postos de trabalho
A Mercadona prevê investir 1.100 milhões em 2023 para continuar a impulsionar o seu plano estratégico de transformação, sendo que, desse total, 280 milhões se destinam a Portugal. Esses recursos serão utilizados principalmente para a abertura de novos supermercados e para a construção, reforma e ampliação dos seus blocos logísticos, de forma a continuar a reforçar a sua otimização, como é o caso de Almeirim (Santarém), onde se está a construir aquele que será o segundo bloco logístico da Mercadona em Portugal e o maior de toda a cadeia. Para tudo isto, a empresa vai criar mais de mil empregos em 2023, entre Portugal e Espanha.
Juan Roig afirmou, no decorrer do mês de março, “descemos o preço de mais de 157 produtos e vamos continuar à procura de baixar os preços de custo, para baixar os preços de venda ao público no carrinho de compras e que ‘O Chefe’ faça a sua compra total ao menor custo possível, sem afetar a qualidade e garantindo a rentabilidade de todos os elos da cadeia”.