O Plano de Transportes Escolares para o ano letivo 2023/24 foi alvo de análise e discussão em sede de reunião de Câmara. A oposição não considerou que tenha sido, como refere no documento, elaborado com base no desígnio de contribuir para a Agenda 2030, no entanto, Gil Ferreira assegurou que a política educativa municipal tem em conta as preocupações centrais da mobilidade, antes de avançar tratar-se de um plano transitório, devido à prevista incorporação dos transportes públicos à escala metropolitana
Na ausência do presidente da Câmara Municipal, Emídio Sousa, e do vice-presidente, Amadeu Albergaria, foi Sónia Azevedo, vereadora do pelouro da Administração, a liderar a reunião pública, realizada na tarde de segunda-feira. Um dos pontos previstos na ordem de trabalhos, o Plano de Transportes Escolares para o ano letivos 2023/24, levou a socialista Manuela Alves a levantar várias questões.
Elaborado anualmente, consta do Plano de Transportes Escolares uma previsão do número de alunos a transportar no ano seguinte, por escola, localidade e empresa de transporte. Tal como em 2022/23, na introdução, é referido que segue as metas da Agenda 2030 das Nações Unidas, o que não convenceu Manuela Alves. “O plano ‘não diz a cara com a careta’. Este plano prevê associar projetos que promovam meios mais sustentáveis de locomoção, como caminhadas? Há uma estratégia definida para que usem as ciclovias que foram construídas no Município? A Câmara vai dar prioridade nos contratos que estabelecerem a empresas que usem veículos elétricos nos transportes escolares?”, indagou.
Na génese do plano, Gil Ferreira não respondeu em concreto às questões levantadas, mas garantiu que o referido pensamento está patente no documento elaborado. “Veículos ecológicos, acessíveis e uma combinação entre múltiplas formas de mobilidade, nomeadamente andar a pé e/ou utilizar bicicletas”, disse, referindo, de seguida, tratar-se de um plano de transição. “É um plano que vai encadear o que é o passado com o que será o futuro, nomeadamente com a agregação da gestão do sistema de transportes à escala metropolitana, que se prevê que a partir de 2024 esteja em operação plena no centro da Feira”, avançou. O Plano de Transportes Escolares reúne empresas com licença para operar até 4 de novembro, seguindo-se o referido período de transição até 2 de janeiro, para que depois possa entrar em operação a solução de mobilidade à escala metropolitana, de acordo com o vereador do Município com a pasta da Educação.
Como forma de assegurar que a política educativa municipal tem em conta as preocupações centrais da mobilidade, revelou que nas próximas Jornadas da Educação, a decorrerem em novembro, haverá “um painel inteiramente dedicado a esta matéria”. “Há uma consciência de utilização de transportes coletivos e de utilização de meios sustentáveis na deslocação para a escola, seja em maximizar as redes/ciclovias, seja simplesmente utilizar os passeios ou promover a deslocação a pé”.
Antes do assunto ser encerrado, Sérgio Cirino fez questão de dar o exemplo do município da Murtosa, onde parte da população usa as duas rodas para chegar ao trabalho ou à escola, para mostrar à Autarquia que “uma imagem vale mais que mil palavras”. “Se for à Murtosa, vejo 400 bicicletas à porta da escola. Quando os miúdos não têm uma bicicleta, vão à Câmara e ela oferece-lhes. Fazermos uma introdução e depois não termos nada…”, rematou.
O Plano de Transportes Escolares 2023/24 foi aprovado por unanimidade.