Conhecem a EB 2,3 Fernando Pessoa, aquele estabelecimento de ensino da cidade, que foi desactivado, abandonado e atirado de cangalhas para os confins da inutilidade? E sabem, por acaso, há quanto tempo isso aconteceu?… Em Setembro de 2014, já lá vão nove anos, altura em que, nas imediações, foi inaugurada a escola com o mesmo nome. É que nada se passa por ali, a não ser o severo e contínuo ataque do vandalismo, que lhe esventra o âmago. Era, e não sei se continua a ser, propriedade do Estado.
Em 2016, dois anos mais tarde, segundo declarações do presidente da Câmara, Emídio Sousa, à Lusa, constituía grande preocupação ter aquela escola, ali ao abandono, porque o proprietário (Estado) não havia, ainda, passado para a autarquia a propriedade desse imóvel. Dizia: “Já andamos há alguns anos a tentar resolver o problema, só que o Governo não faz a parte dele”. E acrescentava, ainda … “quando construímos a atual Fernando Pessoa, o acordo já era de que iríamos fazer uma permuta, com o Estado a entregar-nos a propriedade da escola antiga e nós, em troca, a entregarmos-lhe a da escola nova”. E, agora, pergunta-se: passados sete anos, a preocupação continua? E que dizer sobre o resto, a permuta? Houve, não houve, ou continua tudo na mesma?…O que se passará, afinal, com esse complicadíssimo processo, sem fim à vista? Será segredo, ‘guardado a sete chaves’, ou mora no fundo de uma gaveta, a fazer companhia ao do ‘túnel da Cruz?! Será, que sim?? Contudo, seja por isto, ou por aquilo, independentemente do que possa estar a acontecer, o que sucede é que, nove anos após tal acordo, mesmo que exista, já cheira a podre e, mais podre, ainda, é o cheiro da história do tal polo educativo, previsto para essa zona da cidade. Não sei de quem é a culpa, se do Governo, se da Administração local, mas alguém terá, naturalmente, que ser responsável pela existência de um gigantesco espaço, de mais de 30.000 m2 (três campos de futebol) a manter-se, ali nove anos a fio e bem à frente dos olhos de toda a gente, ao desleixo, como “terra de ninguém”, desguarnecido e sujeito a todo o tipo de desmandos e selvajaria. Porque é que não se coloca uma placa-aviso, daquelas habituais, com letras garrafais a dizer “projecto em fase de apreciação”? Uma vergonha, só de quem não a tem…
Demorará ainda um tempito, mas, quem sabe, se um dia, não acabará por ter a sorte da sua enorme área poder vir a ser incluída em novos e alargados perímetros de futuras Viagens Medievais e cumprir diferentes regras de utilidade, ligadas, por exemplo, à actividade, criativa, de porco assado no espeto…