Equipa de Saúde Escolar da UCC Feira Norte (Aida Mota, Eva Silva e Maria Santos)
O acesso aos ecrãs ocorre cada vez mais cedo, e de uma forma mais intensa. Assim surge a necessidade de existir controlo parental sobre esta utilização.
A Parentalidade Digital é o termo utilizado para definir o conjunto de cuidados que os pais, familiares, professores e/ou educadores devem ter no que concerne à utilização da Internet e tecnologias por menores.
Fazer da Internet um lugar seguro para as Crianças e Jovens está nas nossas mãos.
Os riscos do uso indiscriminado da internet pelas crianças/ jovens são vários:
- Conteúdos impróprios: muito violentos ou sexuais.
- Riscos e ameaças: há muitas ameaças no mundo virtual, incluindo abuso e exploração tais como:
Grooming — aproximação com o intuito de ganhar confiança para fins sexuais;
Sexting — autoprodução e troca de imagens com conteúdo sexual;
Sextorção — chantagem em troca de ameaça de divulgação de imagens sexuais da vítima.
- Exposição excessiva: É importante falar com as crianças/ jovens quanto à exposição da rotina da família (como trajetos, horários), bem como o cuidado com as fotos publicadas, identificação da escola, morada entre outros.
- Dependência/ Dependência eletrónico: O excesso de horas em frente aos ecrãs, cria dependência, levando ao baixo rendimento escolar e até à depressão.
O que é o controlo parental?
O controlo parental é um mecanismo utilizado pelos pais/ Encarregados de Educação através do qual é possível monitorizar a navegação, restringir conteúdos impróprios para menores e bloquear páginas ou usuários que possam ser uma ameaça para as crianças/ jovens. Além disso, é possível definir limites de tempo para que as crianças/ jovens fiquem com o computador ligado, evitar que joguem e acedam a aplicações ou programas.
Entre os controles possíveis temos:
- Optar por conteúdos com base nas faixas etárias;
- Limitar o número de tempo de navegação na internet, acesso aos jogos etc.;
- Bloquear o acesso a certos sites e páginas na internet, com a configuração de filtros;
- Ver os níveis de interação em chats e a troca de mensagens e dados;
- Controlar e ver as compras digitais.
Parentalidade positiva
Exercer uma Parentalidade positiva digital passa por conversar sobre os riscos, criar regras do uso da internet e muito importante também educar pelo exemplo, não usando os dispositivos de forma indiscriminada a frente das crianças/e jovens, promovendo atividades em família.
Tipos de controlo parental existentes
Sistemas operacionais
Os sistemas operacionais (ex: Windows, IOS) dão a opção de configuração criando uma conta especial para a criança/jovem, de forma a limitar o acesso a certos sites, a ação de apps e a comunicação com certos contatos. Além disso, dá para definir limites como o tempo máximo de uso diário, horários e regras de acordo com o dia da semana, diferenciando dias úteis, sábado e domingo e impedir a troca de passwords.
Sites de pesquisa
Os sites de busca permitem definir filtros do conteúdo, de acordo com a faixa etária. Além de filtrar conteúdo adulto, esse recurso permite que o utilizador avise sobre a presença de material ofensivo.
Redes sociais
É importante colocar o perfil em modo particular e não público, diminuindo os riscos. É possível restringir, por exemplo, quem pode enviar mensagem e bloquear estranhos. Tratando-se de redes sociais, para um controle mais eficaz é importante preferir apps de controlo, que permitem ver a sua localização, o histórico de chamadas e mensagens de texto.
Plataformas de conteúdo
A maior parte dá a opção de criar contas especiais, cujas atividades são restritas. Na Netflix, por exemplo, cada conteúdo é avaliado e recebe uma classificação de acordo com a faixa etária. A partir dessa definição, os conteúdos permitidos para aquele perfil ficam restritos aos adequados à faixa etária.
Aparelhos móveis
O sistema operativo dos telemóveis permite também gerir uso de apps, tempo de uso e até bloquear o uso do aparelho.
No caso do sistema Android, deve criar-se uma conta ligada à dos pais e do iOS, deve ser configurado diretamente no dispositivo da criança/jovem.
Aplicações de Controlo Parental
Estas aplicações têm ferramentas fáceis de usar e permitem aprovar ou bloquear as aplicações que a criança/ jovem pretende instalar. Também permitem monitorizar o tempo que a criança/jovem gasta nas suas aplicações favoritas, e definir limites diários de tempo de ecrã para o dispositivo.
Um exemplo de uma aplicação de controlo parental é o Family Link.
No entanto é importante ter em atenção que estes filtros não são perfeitos, pelo que conteúdos impróprios podem passar pelos filtros em certas ocasiões.
A Equipa da Saúde Escolar da UCC Feira Norte, nos seus cinco agrupamentos de escolas (Coelho e Castro, António Alves Amorim, Argoncilhe, Corga do lobão e Canedo) aborda com as crianças/jovens o tema ‘Sono e Ecrãs’, sensibilizando-os para os riscos do uso de ecrãs e de que forma pode afetar o sono, informando sobre o uso saudável das tecnologias, bem como os cuidados para ter um sono reparador.
No entanto é importante que estas informações também sejam transmitidas aos pais/encarregados de educação, de forma a os dotarmos de ferramentas para uma Parentalidade Digital mais eficaz.