Após um início pouco auspicioso, o Feirense segue com três vitórias consecutivas e atravessa a melhor fase da época. Regresso aos três centrais foi um dos pontos de viragem
Três vitórias, seis golos marcados (tantos como nas restantes seis partidas) e apenas dois sofridos, em três jogos, desde que a direção e a SAD do Clube Desportivo Feirense anunciaram um acordo para a resolução do diferendo entre as duas partes, que, por exemplo, impediu a equipa de futebol profissional dos fogaceiros utilizar o complexo desportivo e o Estádio Marcolino Castro.
A retoma da equipa orientada por Ricardo Sousa certamente não pode ser dissociada do referido acordo, mas outros fatores podem ser vistos como eixos de viragem, até porque, das três vitórias, apenas uma foi a jogar no relvado do Marcolino Castro.
Um dos aspetos que salta à vista é o regresso ao sistema de três centrais, uma marca do passado recente do Feirense, designadamente nas últimas épocas, com Rui Ferreira ao leme, e que também começou por ser usado por Ricardo Sousa no início desta temporada. O emblema de Santa Maria da Feira usou a ‘linha de três’ no primeiro jogo oficial, frente ao Leixões, para a Taça da Liga (eliminação no desempate por grandes penalidades, após um nulo no tempo regulamentar) e na estreia na Liga 2, frente à Oliveirense (derrota por 3-1). A mudança de sistema, para o 4-2-3-1, ocorreu na 2.ª jornada e até surtiu efeitos positivos, com a vitória ‘caseira’ (apesar do jogo ter sido realizado no Estádio Carlos Osório, em Oliveira de Azeméis, devido ao imbróglio entre o clube e a SAD) diante do Penafiel (2-0). No entanto, não teve respaldo nas jornadas subsequentes e seguiram-se três derrotas consecutivas, todos para o campeonato, que deixaram os fogaceiros na zona de despromoção.
O retorno ao sistema de três centrais ocorreu na 1.ª eliminatória da Taça de Portugal, no terreno do Brito, e com ele o regresso aos triunfos (2-0). Uma espécie de ensaio para os dois jogos seguintes, para a Liga 2, de grau de dificuldade naturalmente superior, mas com resultados igualmente positivos, com mais duas vitórias, Paços de Ferreira (1-0, no regresso ao Marcolino) e Benfica B (3-2), e a subida ao 10.º lugar.
Como eixos da retoma deve-se, ainda, adicionar algumas individualidades, que começaram a ser aposta nas últimas partidas e têm estado em destaque, em particular o guarda-redes João Costa, o central Guilherme Ferreira (melhor em campo frente ao Benfica B), o médio ofensivo Zidane Banjaqui e Filipe Almeida, este último já habitual aposta no 11 inicial, mas agora com funções diferentes, no meio-campo, à frente da linha de três centrais, em vez de ocupar precisamente o setor central da defesa.
No campeonato, a retoma do Feirense só voltará a ser testada no último fim de semana de outubro, e que teste… na receção ao líder invicto, AVS, em partida da 8.ª jornada da Liga 2.
Continuidade na prova rainha joga-se em Mafra
Antes disso, no dia 22 de outubro, pelas 15 horas, o Feirense jogará a continuidade na Taça de Portugal frente ao Mafra, equipa também da Liga 2 e que está igualmente a atravessar, até ao momento, a melhor fase da época, precisamente com três vitórias seguidas, em partida a contar para a 3.ª eliminatória da prova rainha.