Nascido em Rio Meão há sete décadas, foi ciclista de, entre outros, FC Porto e Sporting, tendo vencido ao longo da sua carreira 11 etapas na Volta a Portugal, quatro em 1972. Foi sete vezes campeão nacional de pista
As primeiras horas de 2024 trouxeram uma notícia que ninguém gosta de receber: um falecimento, neste caso do ex-ciclista Manuel de Castro Gomes, apelidado por ‘Russo’.
A comunidade do ciclismo chora a perda de um dos corredores mais notáveis e carismáticos que já integraram o pelotão nacional. Nascido a 7 de outubro de 1953, na freguesia de Rio Meão, Manuel Gomes ‘Russo’ iniciou a sua carreira com apenas 16 anos, retirando-se das estradas em 1983, com três décadas de vida.
Foi o porte atlético notável e os sprints infernais que fizeram ‘Russo’ sobressair-se entre o pelotão, mas foi o cabelo loiro que lhe valeu o apelido que o eternizou. Representou FC Porto, Sporting, Rodovil, Safina, Ovarense e Canadá FC, tendo, ao longo da carreira, conquistado várias vitórias de etapa.
Ciclista temido pelos seus adversários, foi sete vezes campeão nacional em pista, ganhou a Volta a Gaia e ainda mais de uma dezena de etapas – 11, especificamente – da Volta a Portugal, quatro das quais num só ano: 1972. Integrou pelotões em competições internacionais, tendo-se projetado com um honroso 4.º lugar na honrosa, famosa e duríssima clássica Bordéus-Paris.
Várias personalidades ligadas ao mundo do ciclismo não esqueceram a perda de Manuel Gomes ‘Russo’, tendo enaltecido a carreira do corredor através de várias publicações nas redes sociais. A Federação Portuguesa de Ciclismo “lamenta profundamente o falecimento de Manuel Gomes, enviando os mais sentidos pêsames a todos os familiares e amigos”.
A Junta de Freguesia de Rio Meão também lembrou o filho da terra. “Partiu uma das figuras da freguesia e do ciclismo nacional e internacional. Manuel de Castro Gomes foi um dos nomes mais importantes do ciclismo nacional da década de 70. Campeão nacional de pista por sete vezes, com 11 vitórias na Volta a Portugal, junta muitos outros feitos a nível nacional e internacional, levando consigo o nome da freguesia. Obrigado por tudo. Que descanse em paz”, lê-se.
O funeral realizou-se na quarta-feira, dia 3, na Cripta da Igreja Matriz de Rio Meão e, após as cerimónias fúnebres terem terminado, o corpo foi cremado.