Português de 17 anos detido por suspeitas de ordenar massacres no Brasil vive na Feira
Sociedade

Português de 17 anos detido por suspeitas de ordenar massacres no Brasil vive na Feira

Depois de ter sido detido por suspeita de homicídio qualificado e incitamento ao ódio e à violência, o jovem de 17 anos ficou em prisão preventiva. É filho de pais separados e vivia alternadamente entre Santa Maria da Feira e Gondomar

A Polícia Judiciária, em investigação conduzida pela Unidade Nacional Contraterrorismo, procedeu à detenção de um jovem de 17 anos, “fortemente indiciado pela prática dos crimes de homicídio qualificado, ofensas à integridade física qualificada e discriminação e incitamento ao ódio e à violência”. A estes crimes acresce a prática de crimes pornografia de menores.

A investigação, que contou com a colaboração da Polícia Federal do Brasil, foi “iniciada muito recentemente por esta polícia, com caráter de urgência, tendo em conta a gravidade das suspeitas”.

O objetivo da investigação era “conhecer e identificar a atividade perpetrada online pelo jovem” que, segundo a PJ, “promovia o nazismo, incitando a comportamentos extremistas”. O estudante, que segundo Correio da Feira apurou é aluno da Escola Fernando Pessoa, é suspeito de ter criado e liderado uma comunidade, que geria na plataforma Discord. “O detido criou e gere um grupo na plataforma Discord, já devidamente identificada, onde se agruparam diferentes pessoas apologistas dos mesmos ideais e que pretendiam cometer atos semelhantes aos idealizados e propagados por aquele, como sejam: automutilação grave de jovens, mutilação e morte de animais, difusão de propaganda extremista nazi, instigação e prática da ‘missão’ de cometer massacres em escolas (filmados e transmitidos através do telemóvel) e, ainda, partilha e venda de pornografia infantil”, lê-se no comunicado.

A PJ refere que foi na sequência desses comportamentos que aconteceu o ataque, por um rapaz de 15 anos, com arma de fogo numa escola em Sapopemba, S. Paulo, que assassinou à queima-roupa uma rapariga, de 17, em outubro do ano passado. O ataque deixou ainda outros três menores feridos.

“No grupo, através da plataforma Discord, o autor material do crime partilhou inclusive imagens da arma e da balaclava (gorro) que iria utilizar, bem como da escola onde o crime iria ocorrer. Trata-se de um tipo de criminalidade que a lei define como violenta e criminalidade especialmente violenta, sendo considerados crimes de prevenção e investigação prioritária nos termos da Lei 51/2023 de 28 de agosto”, acrescenta o órgão de polícia criminal.

A PJ efetuou buscas domiciliárias, tendo apreendido “um vasto acervo probatório, designadamente material informático e digital”.

Ainda segundo o comunicado emitido, a investigação prosseguirá, tendo como uma das principais linhas de investigação “identificar, em termos internacionais, outros agentes dos crimes em que possam estar envolvidos nesta rede e neste tipo de condutas”.

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Márcia Soares
JORNALISTA | Licenciada em Ciências da Comunicação. A ouvir e partilhar as emoções vividas pelas gentes da nossa terra desde 2019.
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