A histórica companhia francesa Générik Vapeur surpreendeu o público do festival Imaginarius ao declamar a letra da canção ‘Grândola Vila Morena’, de Zeca Afonso, no final da megaprodução ‘Waterlitz’, apresentada pela primeira vez em Portugal na sexta-feira à noite, 24 de maio.
O festival internacional de teatro de rua de Santa Maria da Feira, que terminou ontem, domingo, apresentou um robusto cartaz de 41 espetáculos de celebração da Liberdade.
Com 144 apresentações artísticas ao longo de quatro dias, o Imaginarius esteve nas ruas e praças de Santa Maria da Feira com 15 palcos e 190 artistas de 12 países que evocaram a liberdade nas suas criações artísticas, numa edição ousada e provocatória, que levou para o espaço público temas atuais e prementes como os regimes totalitários, as migrações, o colonialismo e a igualdade de género.
Do extenso programa para os quatro dias, sobressaiu, pelos conteúdos e dimensão, a megaprodução ‘Waterlitz’ que a companhia francesa Générik Vapeur estreou na sexta-feira.
Oito contentores sobrepostos formaram uma imponente figura humana de 19 metros de altura, tendo também sido o palco onde se cruzaram música, pirotecnia, balé aéreo e projeção de imagens que tocaram a privação da liberdade, tantas vezes enjaulada em contentores onde seres humanos arriscam uma travessia.
Adaptado ao contexto nacional de celebração dos 50 anos de democracia, o espetáculo fez uma homenagem à Revolução dos Cravos, com a declamação da canção Grândola Vila Morena e projeção de videomapping alusivo à efeméride.
O espetáculo contou ainda com a participação da fadista feirense Raquel Sousa, acompanhada pelo guitarrista Pedro Martins, que interpretam fados emblemáticos de Amália Rodrigues.
