Santa Maria da Feira, possui vários ‘monstros municipais’, que ao longo de várias décadas continuam esquecidos, perante um profundo desinteresse da gestão municipal. A enorme inércia municipal, aliada à incapacidade dos nossos responsáveis autárquicos, tem mantido permanentemente essas monstruosidades, mandato atrás de mandato. Dentro dos casos mais conhecidos, destaca-se os abandonos do Palácio da Justiça e da antiga Escola Fernando Pessoa e ainda o ‘eterno adiamento’ da construção dos novos Paços do Concelho.
Quanto ao Palácio da Justiça de Santa Maria da Feira, trata-se de um caso com contornos de ‘gestão danosa’, perante um abandono, depois de se suspeitar na altura que havia o risco de ruir. O Tribunal foi deslocado para um edifício nas proximidades, onde até hoje foram consumidos cerca de dez milhões de euros em rendas, perante um consumo anual de 600 mil euros. Poderão desvalorizar estes valores, dado serem despesas dos sucessivos Governos, mas a imagem degradante que o edifício proporciona a quem visita o centro da cidade, é monstruosa! Será oportuno dizer que no espaço de 16 anos, nem o palácio ruiu, nem foram efetuadas as obras prometidas pelos antigos Governos. Este “monstro municipal” não pode ser abandonado pela Câmara Municipal.
Como também não pode continuar ao abandono, a situação da antiga Escola Fernando Pessoa, nesta são frequentes actos de destruição e de vandalismo! Pese o facto, de estar sob a tutela do Governo da Nação, que no presente é da mesma cor partidária do Executivo Municipal mas que tarda em ceder a titularidade das instalações ao município. Agora não há desculpas para o Executivo Municipal em manter aquele ‘monstro municipal’.
Quanto à construção dos novos Paços do concelho, os Feirenses vinham a assistir a promissores sinais, que a mesma construção ia ser uma realidade, visto que iria constar nas grandes opções políticas do executivo municipal PSD. Aliás, em coerência com as promessas constavam no manifesto eleitoral. Todavia, recentes notícias vindas a público, dão como certo que a “obra do regime-Paços do Concelho”, deixou de ter interesse prioritário para o Município, sendo relegada para segundo plano. Como consequência imediata foi regressar para o fundo da gaveta, quando prometia ser uma realidade imediata.
Segundo declarações do presidente da Câmara Municipal, contribuiu para este desfecho a prioridade municipal dada à construção do Túnel da Cruz, ao disponibilizar comparticipação financeira na execução da obra.
Perante esta inesperada decisão, os munícipes mais atentos, em especial os funcionários do município, que ficam perplexos com a anarquia que se vive nos balcões dos Serviços públicos municipais de Santa Maria da Feira, derivado do facto da sua irracional dispersão de cerca de uma dezena de balcões/ serviços de atendimento no centro da cidade. Concretizando, temos cinco desses serviços na rua Jornal Correio da Feira, três na Praça da República, e por último, uma junto à Misericórdia e outro na Biblioteca Municipal. Perante a existência destes serviços anacrónicos, não é possível implementar procedimentos simples e modernos. Nesta oportunidade cabe sugerir que cada munícipe que pretenda ser atendida nos balcões do município, receba um mapa com a localização de todos estes Serviços Municipais, para não se perder!
Os munícipes Feirenses não podem ficar silenciados perante eventuais comparticipações em obras da responsabilidade do Governo, em prejuízo da eficiência e da modernidade municipal que é de novo adiada. Comprovadamente, as verbas milionárias atribuídas a uma obra da responsabilidade do Poder Central, vão servir para adiar uma obra fundamental para a melhoria dos Serviços Públicos do Município.
Por último, esta inesperada mudança de opção municipal, pode ter em vista a gestão de recursos financeiros para a campanha eleitoral que se avizinha – Autárquicas 2025! Assim, perante a eventual construção do Túnel da Cruz, obra demorada, as despesas serão menores, pelo que ficarão libertadas condições financeiras favoráveis para gastar em obras de campanha eleitoral, prática habitual dos executivos PSD.