Não sei se os leitores lembram, mas, em maio de 2015, durante a conferência Microsoft Ignite, um evangelista de desenvolvedores da Microsoft, Jerry Nixon, afirmou que “Windows 10 é a última versão do Windows”. A empresa, na época, afirmou que, em vez de lançar novas versões principais do sistema operacional, eles iriam adotar um modelo de “Windows como um serviço” (Windows as a Service), que incluiria atualizações contínuas e incrementais para o Windows 10.
No entanto, essa estratégia mudou com o tempo, inclusive com a Microsoft a informar que essa declaração não era literal, e em 2021 a Microsoft lançou o Windows 11, que marcou uma nova versão principal do sistema operacional. O lançamento oficial do Windows 11 ocorreu em 5 de outubro de 2021.
O fim do suporte ao Windows 10, agendado para 14 de outubro de 2025, marca um ponto de transição importante para milhões de utilizadores em todo o mundo. Esta data assinala o término das atualizações de segurança e manutenção para o sistema operativo, deixando os dispositivos que continuam a utilizar o Windows 10 mais vulneráveis a ameaças cibernéticas e falhas de segurança. A Microsoft, como parte de seu ciclo de vida de produtos, incentiva a migração para versões mais recentes para garantir que os utilizadores continuem a ter acesso a suporte e melhorias contínuas. A versão atual, 22H2, será a versão final do Windows 10.
A migração para o Windows 11 é particularmente recomendada. O Windows 11 introduz recursos como o suporte a tecnologias de segurança avançadas, um design renovado e otimizações para produtividade. Além disso, o sistema é projetado para suportar hardware moderno, oferecendo melhor integração com dispositivos e acessórios mais recentes. A atualização para o Windows 11 não só garante a continuidade do suporte, como também proporciona uma experiência de utilizador mais fluida e segura.
No entanto, nem todos os computadores são elegíveis para a atualização para o Windows 11, devido a requisitos de hardware específicos. Estes incluem um processador compatível, TPM 2.0 e Secure Boot, que são essenciais para as novas funcionalidades de segurança do sistema operativo. Para utilizadores com computadores não elegíveis, há algumas opções a considerar. Uma alternativa é a atualização de hardware, substituindo componentes ou adquirindo um novo dispositivo que cumpra os requisitos do Windows 11.
Para aqueles que não podem ou não desejam atualizar o hardware, outra opção é considerar a migração para sistemas operativos alternativos que continuem a receber suporte e atualizações. Sistemas como o Linux, que são de código aberto e têm requisitos de hardware menos exigentes, podem ser uma opção viável. Além disso, muitos destes sistemas oferecem interfaces amigáveis e funcionalidades que cobrem as necessidades básicas de um utilizador comum, desde navegação na internet até edição de documentos.
Ainda assim, é crucial considerar as implicações de permanecer num sistema operativo que não recebe atualizações de segurança. Computadores que continuam a usar o Windows 10 após o término do suporte oficial estarão expostos a riscos crescentes de segurança, como vulnerabilidades de software e ataques de malware. Portanto, é fundamental que os utilizadores planeiem a transição de forma cuidadosa e considerem todas as opções disponíveis para garantir a continuidade do suporte e a segurança dos seus dados.
* O autor escreve em português do Brasil