O “reconhecimento público da oposição à construção da central fotovoltaica no Pinhal do Conde e consequente declaração assinada pelo presidente de Junta” será um dos pontos em discussão na Assembleia de Freguesia de S. João de Ver, no próximo dia 26 de setembro.
“A deliberação pretende expressar de forma cabal, clara e transparente a posição da freguesia sobre este assunto e vincular o executivo da Junta a esta decisão, uma vez que a construção da central não acautela o interesse público dos sanjoanenses, uma posição já consensual”, pode ler-se em nota de imprensa, enviada por João Oliveira, eleito pelo PSD para a Assembleia de Freguesia, mas a quem o partido retirou a confiança política. Entre os impactos negativos, elenca “o severo impacto paisagístico resultante da devastação desta mancha verde no meio urbano, bem como a erosão dos solos e o risco de deslizamentos de terras, como já se registou, colocando em perigo a segurança da população e o equilíbrio ambiental da região”.
João Oliveira destaca ainda que esta “expressão de oposição se torna ainda mais fundamental, pois no processo de licenciamento consta uma declaração assinada pelo presidente da Junta, Nuno Albergaria, que dá parecer favorável à construção da central fotovoltaica, em nome da Freguesia, para a localização do ‘Pinhal do Conde’”.
Contudo, contactado pelo Correio da Feira, o presidente Nuno Albergaria ressalva que a referida declaração remonta a 2020, sendo ao momento a posição do executivo da Junta de Freguesia contrária. “Esse assunto é de 2020 e a nossa posição em relação à central fotovoltaica alterou-se e já foi dito em Assembleia de Freguesia. [À época] fiz uma declaração de não oposição desde que fossem cumpridos os requisitos legais. Como o que nos foi transmitido pela entidade promotora não está a ser cumprido, a nossa posição, neste momento, é totalmente contra a central fotovoltaica”, referiu ao Correio da Feira.
O presidente da Junta de Freguesia de S. João de Ver acrescentou ainda que os motivos para a mudança de opinião “são vários”. “Desde não desviarem linhas de água a terem tapado linhas de água; não havia linhas áreas e há linhas áreas; o corte de determinadas árvores não foi cumprido; árvores que seriam plantadas, não foram. São várias as razões, que nos transmitiram que seriam salvaguardadas e não foram. Portanto, somos totalmente contra”, explicou.