“A maior de todas as novidades é o regresso do Castelo em pleno”
Cultura Entrevista

“A maior de todas as novidades é o regresso do Castelo em pleno”

Paulo Sérgio Pais. Diretor-geral da Feira Viva – Cultura e Desporto

Decisório, edição atrás de edição, enquanto diretor-geral da empresa municipal Feira Viva – Cultura e Desporto, uma das três entidades organizadoras, juntamente com Câmara Municipal e Federação das Coletividades de Santa Maria da Feira, Paulo Sérgio Pais destaca o regresso do Castelo em plenitude à programação da Viagem Medieval.

Neste megalómano evento das Terras de Santa Maria, uma das maiores e mais fidedignas recriações históricas, não só de Portugal, mas de toda a Europa, Paulo Sérgio Pais assegura que o maior impacto não é o económico-financeiro, que estima fixar-se em torno dos 15 milhões de euros em 2024, mas sim o social.

Aponta que os primeiros indicadores da venda de bilhetes e pulseiras – nomeadamente a real, uma das novidades para esta edição – são positivos e podem mesmo superar as expectativas da organização. Sobre as reconfigurações da área restrita do evento, dá-se para que os diferentes espaços ‘respirem’ entre si.

CF – Em 2023, a chuva afetou o arranque da Viagem Medieval. Estão acauteladas medidas para mitigar eventuais contratempos meteorológicos?

Paulo Sérgio Pais – É um evento ao ar livre, em que as condições climatéricas influenciam de forma determinante. Muitos dos espetáculos ao ar livre podem acontecer mesmo com alguma chuva, em função da evolução tecnológica dos equipamentos.

A venda de bilhetes diários e de pulseiras acompanhou as projeções da organização? Pode adiantar números?

Sim. Na primeira fase de pré-venda de bilhetes e pulseiras de acesso à Viagem Medieval superámos a edição anterior, mas a experiência diz-me que as contas só se fazem no fim.

Quanto a uma das novidades, a pulseira real, tem tido a procura desejada?

Sim, claramente. Tínhamos feito uma edição de cinco mil unidades que esgotou rapidamente e, por isso, decidimos duplicar. Tudo indica que esta segunda edição esgotará nos próximos dias e não faremos mais em 2024. Será uma pulseira que daremos, com certeza, continuidade nas próximas edições.

“Impacto nunca inferior a 15 milhões”

Qual o impacto económico projetado para o Município em virtude da Viagem Medieval?

O impacto da Viagem Medieval no território nunca será inferior a 15 milhões de euros em termos económicos diretos e mais uns milhões em advertising equivalent value. Mas o maior impacto acredito que seja o social, em orgulho, identidade e sentimento de pertença da população e do movimento associativo.

Quais as principais novidades que destaca desta edição?

Teremos mais de 100 espetáculos por dia, a maior parte em estreia absoluta, e dez áreas de alimentação, com um aumento do número de lugares sentados e também com a novidade das mesas para o consumo em pé. ‘O Cerco de Tanger’, ‘Martírio e Paixão’, ‘Honra e Fé’, os cortejos de ‘Ida para Além Mar’ e o ‘Regresso’ são algumas das novidades no que à programação diz respeito, mas são tantas… a maior de todas as novidades desta 27.ª edição é o regresso do nosso Castelo em pleno, que é a base de tudo.

Tem-se assistido a uma reconfiguração do evento, no intuito de facilitar o acesso e a circulação dos visitantes, como por exemplo na reorganização e distribuição das áreas pelo espaço. Em 2024, há mais mudanças?

Sim. Pretendemos que os diferentes espaços ‘respirem’ entre si, qualificando-os. Destaco a nova praça atrás das piscinas que se acrescenta à que foi criada na edição passada, no âmbito da intervenção do arquiteto Sidónio Pardal. Nesta edição, estamos também a contar com a máxima qualificação dos estabelecimentos do centro histórico, fruto do trabalho sem precedentes com eles realizado que, inclusive, passou pela criação de um manual de boas práticas para o efeito, partilhado, e cremos que assimilado por todos.

Que apelo deixa para os que nunca visitaram a Viagem Medieval ou para os que estão hesitantes em fazerem-no este ano?

O melhor da Viagem não é vir à Viagem. É dançar no festim ou nas danças da corte, participar nos cortejos e nos espetáculos, ou simplesmente trajar. Isso é sentir e viver a Viagem Medieval em Terra de Santa Maria e faz toda a diferença.

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Marcelo Brito
JORNALISTA | Curioso assíduo, leitor obsessivo, escritor feroz e editor cuidadoso, um amante do desporto em geral e do futebol em particular.
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