A proliferação de vândalos
Artigos por Jornalista Opinião

A proliferação de vândalos

Sempre os houve e infelizmente temos de saber coexistir com eles. Esforçar-nos para que o nosso exemplo seja para eles um caminho a seguir, desviando-os da rota do desrespeito pelo próximo.

Mas afinal o que é o exemplo? A definição não me parece difícil, mais difícil é sê-lo. Visto que a perfeição é simplesmente o objectivo e não o fim.

É exemplo todo o que se esforça, para que a sua conduta seja hoje melhor que a de ontem, na certeza de que a de amanhã será melhorada, comparativamente com a de hoje. A busca desse melhoramento, só por si, fará de qualquer indivíduo um exemplo positivo.

“O exemplo vem de cima”

Por estes tempos, infelizmente é por onde podemos encontrar o exemplo de tudo o que não devemos seguir, o negativo.

Na política, a ideologia suplantou o indivíduo, que relegou para segundo plano o carácter. Não se fazendo esta apreciação, escancararam-se as portas e de tudo o que chega por lá. Algum bom, juntamente com o péssimo, mas infelizmente o pior de tudo. É o que temos assistido, de há uns anos a esta data. No que refere ao Governo da nação, bateu no fundo. Haverá mais fundo? Cuidado! Com estes há sempre mais fundo. Prefiro não testemunhar, sinceramente.

Ainda recentemente, no parque da nossa cidade, pudemos assistir a mais um tipo de vandalismo, perpetrado por alguma, ou várias mentes perturbadas, sem nenhum respeito por aquilo que é a propriedade de todos e que se encontra ao serviço da comunidade, inclusive dos próprios vândalos. Entristece e lamenta-se, repudiando-se estas faltas de civismo, como lamento e denuncio outras formas de desrespeitos, que nos chegam perpetradas, de quem deveria dar o exemplo.

A propriedade pública merece de todos o nosso respeito, o mesmo que a propriedade privada. O direito de um indivíduo não deveria ser assiduamente desprezado, em detrimento de uns quantos.

Constantemente observamos a nossa propriedade desrespeitada, com actos de vandalismo, que se não são executados pelo Poder Autárquico, são sem dúvida alguma com a sua conivência, diria mesmo com o seu aval, criados com o propósito de incomodar/castigar quem “sai fora da caixa”, do género “dizes as verdades, sofres as consequências”.

E como a propriedade não se esgota no material, são também direitos e garantias, que estão devidamente consagrados num livrinho, que estes senhores devem desconhecer, ou melhor, só quando lhes interessa conhecer, para servir de arma de arremesso na política, porque, a prática desse respeito e o testemunho de o fazer cumprir, fica sempre na longa linha do seu conveniente esquecimento. Assim sendo, acabam moralmente desautorizados para repreenderem, ou até punirem os cidadãos incivilizados, porque eles próprios são a mão que alimenta o desrespeito que leva ao vandalismo.

Termino com o exemplo de um agente da polícia que, para autuar os condutores que indevidamente estacionaram os seus veículos em cima do passeio, ele mesmo comete a mesma infracção, ainda que metros abaixo houvesse espaços de estacionamento.

À autoridade tudo é possível e nem sequer estamos obrigados a dar o exemplo. Esta é a mentalidade que prolifera.

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Jorge Andrade

Jorge Andrade
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