Contratado pela ABTF Betão-Feirense para 2023, o único ciclista dos 11 da W52-FC Porto que não foi suspenso na operação Prova Limpa, tricampeão da Volta a Portugal, surpreendeu ao anunciar o final de carreira, com efeitos imediatos
Amaro Antunes, ciclista de 32 anos, vencedor da Volta a Portugal por três ocasiões, contratado pela ABTF Betão-Feirense esta temporada, anunciou, chocando a comunidade do ciclismo português, o fim da carreira, com efeitos imediatos.
A equipa de Santa Maria da Feira emitiu um comunicado, na segunda-feira, dia 16, de manhã, a confirmar que “o ciclista Amaro Antunes não fará parte da equipa na temporada 2023”. “O contrato foi rescindido por mútuo acordo, tendo a equipa seguido a vontade expressa pelo ciclista em pôr termo à sua carreira profissional”, lê-se ainda.
A ABTF Betão-Feirense não deixou de desejar a Amaro Antunes “os maiores sucessos pessoais e profissionais”. Abre-se uma vaga na equipa, que após a saída do ex-W52-FC Porto, conta agora com António Carvalho, Pedro Andrade, Afonso Eulálio, Santiago Mesa, Barry Miller, Francisco Moreira, Diogo Oliveira, Fábio Oliveira, Francisco Pereira e Ivo Pinheiro.
O algarvio subiu ao mais alto lugar da Volta a Portugal em 2020 e 2021, tendo também conquistado a prova em 2017, devido à desclassificação por doping do vencedor, Raúl Alarcón.
No Instagram próprio, Amaro Antunes explica as motivações da decisão. “Anuncio que decidi, após longa ponderação, deixar o ciclismo profissional, com efeito imediato. Na primavera passada, o falecimento precoce da minha mãe e o processo-crime Prova Limpa, que envolveu a W52-FC Porto, conduziram a que perdesse toda a motivação e o gosto pelo treino, indispensáveis para enfrentar mais uma época na plenitude das minhas capacidades”.
Por fim, deixa como desejo, “face aos últimos acontecimentos, que uma nova era do ciclismo possa emergir em Portugal”.
No dia seguinte ao anúncio, o jornal A Bola noticiou que Amaro Antunes “foi notificado por alterações ao passaporte biológico, situação que poderá ter contribuído para a decisão”. “A pena de suspensão proposta ao ciclista pelo LADS (Legal Antidoping Services), que poderá ir de quatro a seis anos, foi enviada ao corredor, que juntamente com o seu representante, dispunham de uma data-limite para responder se concordava ou não. A decisão final sobre o caso cabe ao Tribunal Antidoping da UCI”, lê-se.
Ao confirmar-se a notícia d’A Bola, Amaro Antunes poderá ver os seus resultados desportivos anulados, desde a primeira infração registada no passaporte biológico: as vitórias na Volta a Portugal de 2017, 2020 e 2021 ficam assim em risco.
