Ambiente em Santa Maria da Feira: Promoção de uma comunidade eco-friendly
Opinião

Ambiente em Santa Maria da Feira: Promoção de uma comunidade eco-friendly

Chega-se ao Verão e às férias, os passeios ao ar livre intensificam-se, assim como as idas à praia e as festas e convívios entre amigos e famílias. Torna-se então importante que perante isto haja uma renovação da atenção da sociedade perante problemas ambientais que possam surgir da prática destas atividades, nomeadamente o aumento da poluição, advento da produção de lixo e da criação de fogueiras. Contudo, existem outras questões que são alvo de grande preocupação no país.

Segundo um estudo promovido pela Missão Continente, em parceria com o Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, realizado a 1 520 portugueses maiores de 18 anos, observa-se “alguma influência mediática na formação das principais preocupações ambientais”, com os incêndios a serem mencionados por 47% dos inquiridos e a escassez de água por 32%, enquanto as alterações climáticas e o desperdício alimentar são referidos em 30% das ocasiões. Uma das coordenadoras deste estudo, Luísa Schmidt, refere que “o valor da natureza começa-se a valorizar mais e, com a Covid-19, exponenciou-se”, destacando a maior importância dada a parques e jardins ao ar livre, assim como às caminhadas. Segundo a investigadora, “a utilização dos espaços verdes de uso público tornou-se absolutamente central na vida das pessoas” e “as pessoas exigem mais espaços verdes, estão mais atentas ao que se passa com eles”. “Há uma nova relação com a natureza”, acrescentou (in Observador).

Feito este enquadramento, como se posiciona o concelho de Santa Maria da Feira na importância dada ao ambiente? Em primeiro lugar, procura-se educar a sociedade feirense nesta temática. Através do projeto ‘Nós e a Biodiversidade’, que é constituído por cinco momentos, cinco temáticas, cinco conversas, que procuram, no âmbito da missão do Município para a ciência cidadã, aproximar a comunidade ao conhecimento da biodiversidade. Desenvolvido com a parceria da Fundação de Serralves, este projeto convida a sociedade para a reflexão e diálogo sobre a importância da biodiversidade e a sua relação com a ação humana. Outro projeto que procura desenvolver o conhecimento ambiental é a ‘Hora do Planeta’. Este tem como objetivo alertar para os problemas que estão a degradar o Planeta Terra e incentivar a que cada um observe as suas atitudes do quotidiano e contribua para fazer parte da solução e não do problema. Desde 2014 que várias personalidades feirenses, ligadas ao mundo artístico e desportivo, aceitaram o desafio da Câmara Municipal para serem embaixadores locais deste evento, dando rosto e voz a mensagens de sensibilização e apelos à participação. Torna-se ainda pertinente mencionar outras iniciativas: ‘Biodesafios em Casa’, ‘Descobrir a Biodiversidade’, ‘Planear o Futuro’ e ‘Semear Conhecimento’.

As alterações climáticas é outro fenómeno que tem vindo a ser alvo de grande atenção do Concelho. As projeções climáticas para o município de Santa Maria da Feira apontam, entre outras alterações, para uma potencial diminuição da precipitação total anual e para um potencial aumento das temperaturas, em particular das máximas no verão e no outono, intensificando a ocorrência de verões mais quentes e secos. Num cenário onde os efeitos provocados por esta problemática se fazem sentir cada vez mais ao nível local, os desafios de adaptação às alterações climáticas que minimizem os impactos e de mitigação que combatam as causas, tende a ser uma prioridade na estratégia municipal de resiliência e adaptação ao clima. Com isto, o Município criou a Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas (EMAAC), aprovada em 2019. Trata-se de um conjunto de soluções transdisciplinares para minimizar os impactos negativos associados às projeções da evolução climática e à degradação ambiental, adequadas à realidade municipal.

Posto isto, e em jeito de curiosidade, o Concelho procura dar a conhecer o rico património natural, através do percurso ‘Guardiãs do Castelo’. O Ecossistema Fluvial do Uíma permitiu a criação de condições privilegiadas para se observar de perto os habitats naturais, com intervenções de preservação e promoção da biodiversidade e conservação do ecossistema, onde também é possível realizar percursos pedonais. Também de referir que conscientes da importância da água na qualidade de vida da população, o Município tem desenvolvido esforços no sentido de sensibilizar os cidadãos para a preservação dos recursos hídricos, através de manuais de boas práticas e de brochuras.

Para concluir, lanço um apelo para a proteção e preservação dos jardins e espaços verdes do Concelho, assim como de todos os recursos e património natural, cruciais no dia-a-dia da comunidade feirense, a fim de se intensificar a relação de interesse e respeito para com o ambiente.

Assine agora
Gustavo Tavares Pé D'Arca
COLUNISTA
    X