Brasil, Venezuela e África do Sul juntam-se à secular Festa das Fogaceiras
Cultura

Duas décadas depois do primeiro encontro das três comunidades Brasil, Venezuela e África do Sul juntam-se à secular Festa das Fogaceiras

Em janeiro do próximo ano, a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira volta a juntar as três casas portuguesas que recriam a secular Festa das Fogaceiras na diáspora – Brasil, Venezuela e África do Sul –, duas décadas depois de terem participado nas comemorações oficiais dos 500 anos desta festividade religiosa, assinalados em 2005 com um extenso programa cultural e a participação de mais de 600 meninas fogaceiras no Cortejo Cívico e Procissão

 O convite foi feito pelo presidente da Câmara, Amadeu Albergaria, no decurso da sessão solene comemorativa dos 71 anos da Casa da Vila da Feira, celebrados a 12 de julho, e é extensível à Associação Civil Amigos das Terras de Santa Maria (Caracas, Venezuela) e Associação da Comunidade Portuguesa de Pretória (África do Sul), que em breve serão convidadas pelo município de Santa Maria da Feira.

 “Para além de verdadeiras embaixadas feirenses no mundo, estas associações são importantes polos sociais e culturais junto das comunidades portuguesas. Faz todo o sentido que regressem a Santa Maria da Feira e à Festa das Fogaceiras 20 anos depois do primeiro e único encontro que as juntou na terra mãe”, referiu o autarca.

 No domingo seguinte ao feriado municipal de 20 de janeiro, a Casa da Vila da Feira assinala 70 anos de recriações da Festa das Fogaceiras, no histórico bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, onde está sediada. Também na Venezuela e África do Sul, a Festa das Fogaceiras será recriada em janeiro pelas comunidades emigrantes, em dia a definir.

Na sua intervenção no Brasil, o autarca garantiu a continuidade das ações de cooperação com a Casa da Vila da Feira e anunciou um apoio excecional para a organização da Festa das Fogaceiras de 2025, pelo simbolismo e relevância dos 70 anos de recriação desta festividade em terras de Vera Cruz. “Não basta agradecer e enaltecer o trabalho meritório de décadas das casas portuguesas na preservação e promoção da cultura e tradições feirenses na diáspora. É fundamental garantir a continuidade e, sempre que possível, reforçar as ações de cooperação e os apoios municipais que contribuem para a manutenção das suas atividades. Só desta forma estamos a contribuir para verdadeiras políticas de aproximação do nosso território às comunidades feirenses espalhadas pelo mundo, que preservam de forma admirável a nossa cultura e as nossas tradições”, reforça o autarca.

A mítica miniatura em prata do Castelo da Feira – que em 1959 rumou ao Brasil a bordo do navio Vera Cruz, transportando no seu interior um punhado de terra da praça de armas do ex-libris feirense – também vai regressar à terra mãe, 65 anos depois, para desfilar na Procissão das Fogaceiras, ponto alto da programação do dia 20 de janeiro, feriado municipal.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, que presidiu à sessão solene, reconheceu a relevância dos apoios anunciados pelo presidente da Câmara feirense. “Este é o exemplo de como é importante para as políticas dirigidas às comunidades portuguesas a participação e a intervenção dos municípios”, sublinhou o governante. “Este apoio que aqui foi transmitido – a comunhão que traduz, a unidade e o trabalho conjunto – é determinante para uma verdadeira política de aproximação de Portugal às suas comunidades. Deve ser assim com todos.”, acrescentou José Cesário.

Assine agora
Márcia Soares
JORNALISTA | Licenciada em Ciências da Comunicação. A ouvir e partilhar as emoções vividas pelas gentes da nossa terra desde 2019.
    X