No próximo dia 12 de maio, domingo, festeja-se o Dia Internacional do Enfermeiro. Este surge como corolário e reconhecimento da importância dos Enfermeiros para os sistemas de saúde nacionais em termos globais.
A sua génese brota do dia de nascimento de Florence Nightingale, precursora da Enfermagem moderna. Hoje, mais do que nunca, existe uma carência efetiva de Enfermeiros no panorama mundial, sendo inclusive alvo de recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), bem como das mais diversas instituições internacionais, em particular, no contexto europeu o Conselho Europeu, para que os estados tenham especial atenção a este grupo profissional e promovam as respetivas diligências para fixar estes trabalhadores altamente qualificados.
Enquanto na maior parte dos estados-membros várias foram as medidas para melhorar as condições de trabalho e de retribuição dos Enfermeiros foram elencadas, em Portugal pouco ou nada se fez para evitar o êxodo de tais profissionais para outras latitudes que, claramente, oferecem melhores soluções.
O país, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e o próprio sistema nacional de saúde não têm condições para continuar na mesma senda, dando, dessa forma, uma mensagem propiciadora para a emigração.
Nesta matéria, não é exclusivo o problema para os Enfermeiros, mas sim para todos os profissionais de saúde.
O Dia do Enfermeiro não pode ser visto como um epifenómeno em 365 dias, antes deverá ser lembrado todo o ano, pois é alguém que todos os dias se encontra nos diferentes contextos de prestação de cuidados, em prol e para os utentes.
Valorizar um dia apenas, sonegando todos os outros, é não prestigiar e dignificar esta nobre profissão.
Em Portugal, os números em falta destes profissionais, segundo o anterior governo, rondavam os 14 mil, sendo referido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que serão mais de 30 mil.
A existência de tais carências significa tão somente que, não só existirá menos cuidados prestados, como a própria qualidade e segurança dos mesmos poderá não garantir as melhores respostas e acautelar os direitos e interesses dos cidadãos. E isto não se deve à responsabilidade objetiva dos Enfermeiros, mas à inoperância dos distintos sucessivos governos que nunca compreenderam a importância destes profissionais para o sistema de saúde e a própria cadeia de valor.
Mais importante que festejar um dia, urge criar condições para que estes profissionais possam exercer com dignidade e qualidade, reconhecer o desgaste rápido do exercício e retribuir de forma justa essa prestação.
Feliz Dia Internacional dos Enfermeiros!