Façam o que eu digo e não o que eu faço
Opinião

Façam o que eu digo e não o que eu faço

Tive na semana passada a oportunidade de ler um artigo de opinião do estimado professor universitário Carlos Seixas.

Um texto muito bem conseguido que tinha por título – “Impostos Máximos e Serviços Públicos Mínimos: Um contrato Social comprometido”.

Durante uns bons parágrafos o professor ataca, e muito bem, a carga fiscal a que todos estamos sujeitos pelo Estado e a falta de retorno em serviços e afins.

Trata-se, reforço, um bom escrito.

Acontece, existe sempre um mas, que o caro professor Carlos Seixas é vice-presidente do PSD de Santa Maria da Feira.

Após ler quem tinha assinado tal texto, dei por mim a fazer correções ao texto, tendo em consideração os valores de IMI cobrados pela Câmara da Feira e também os milhões que são cativados de ano para ano: cerca de 70 milhões que ficam por investir.

Deixo alguns exemplos onde com uma simples troca de palavras a afirmação continua a fazer sentido ou ainda mais:

– Onde se lê: “Ora, este governo tem sido pródigo em realizar montantes de cativações recorde…”, podia-se ler:” Ora, esta Câmara tem sido pródiga em realizar montantes de cativações recorde…”

– Onde se lê: “Dado que os impostos cobrados em Portugal são elevados e os investimentos públicos são paupérrimos, o contrato social fica comprometido.”, podia-se ler: “Dado que os impostos cobrados em Santa Maria da Feira são elevados e os investimentos públicos são paupérrimos, o contrato social fica comprometido.”

– Onde se lê: “Portugal tem de sair desta situação de marasmo causada por uma governação socialista de já oito anos, e o PSD apresenta-se como única alternativa capaz de reformular o nosso país…”, podia-se ler: “Santa Maria da Feira tem de sair desta situação de marasmo causada por uma governação social-democrata de já 40 anos, e o PSD não se apresenta como única alternativa capaz de reformular o nosso Concelho…”

O professor Carlos Seixas, expressa ainda mais uma série de opiniões, mais uma vez e bem, contra os impostos e fraca gestão do Governo dos mesmos.

O problema é a enorme contradição entre o que o senhor vice-presidente do PSD Feira defende para o país e aquilo que é aplicado na Feira.

O problema é para Carlos Seixas a política de altos impostos do Governo e não o cilindro fiscal utilizado em Santa Maria da Feira.

O problema é quando se exige que outros façam aquilo que nós podemos fazer e não fazemos.

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Daniel João Santos
COLUNISTA
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