“Falta de ligação direta ao Porto penaliza atratividade”
Reportagem

“Falta de ligação direta ao Porto penaliza atratividade”

Na sessão promovida pelo jornal O Regional, cujo único autarca dos concelhos da AMTSM presente foi Emídio Sousa, Alberto Aroso garantiu “um futuro condenado” para a Linha do Vouga caso os tempos de viagem no troço Oliveira de Azeméis-Espinho não forem reduzidos, “de forma a aumentar a atratividade”, até porque “uma ligação moderna e atualizada” captará mais passageiros para o Vouguinha.

Para Alberto Aroso, “a descarbonização da economia é uma necessidade urgente”, prosseguiu, referindo que “a aposta no setor ferroviário é uma das propriedades da União Europeia”. Caso a região – Oliveira de Azeméis, S. João da Madeira, Santa Maria da Feira e Espinho – “queira estar integrada na AMP, o paradigma tem de ser diferente”. “Têm de ser estudadas soluções que aproximem esta zona ao Porto, o que não está no PFN”.

Relativamente à bitola, abordou a manutenção da métrica e a alteração para ibérica. “A via estreita terá menor investimento, com riscos inferiores associados à construção, contudo, os tempos de viagem e o conforto serão penalizados pelo transbordo em Espinho, que é complicado de materializar. Com transbordo, dá-se a primeira barreira na utilização de um serviço de carácter suburbano. Um transbordo em Espinho demora, em média, 15 minutos e estou a ser muito otimista. Para um tráfego de longo curso, não é problemático, mas para quem usa todos os dias, é uma barreira grande”, avança, assegurando que “a falta de ligação direta ao Porto vai penalizar atratividade da Linha do Vouga”.

Já a via larga “obriga a um maior investimento, nem se põe em causa, mas serve de forma diferente”. “Os riscos associados à construção são superiores, porque é preciso alargar o canal, mas permite um melhor tempo de viagem. O conforto é maior, deixando de haver transbordo em Espinho, com viagem direta ao Porto; e de acordo com o PFN, vai ser feita uma ligação de suburbanos Porto-Aeroporto Francisco Sá Carneiro, o que significa que Oliveira de Azeméis, com uma ligação direta ao Porto, pode ter um comboio a acabar no aeroporto”, expôs.

Em suma, assumiu “duas visões completamente distintas”. “Ambas servem a região e dão utilidade. Resta saber se queremos ficar agarrados ao século XX ou se queremos passar para o século XXI”. Terminou asseverando que “o salto para a via larga, com correções de traçado, em termos de investimento não é tão grande como pensamos”. “A decisão final tem de ser feita com base no racional económico das diferentes opções e é uma decisão política”.

A sessão contou com a intervenção de Pedro Meda, que tinha já sido orador em Santa Maria da Feira e que fez uma apresentação em tudo semelhante.

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Marcelo Brito
JORNALISTA | Curioso assíduo, leitor obsessivo, escritor feroz e editor cuidadoso, um amante do desporto em geral e do futebol em particular.
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