Férias agitadas com a aproximação de eleições autárquicas
Opinião

Férias agitadas com a aproximação de eleições autárquicas

Aproximam-se as férias onde a actividade política é habitualmente menos intensa. Todavia, essa aparente acalmia política vai ser inesperadamente agitada nas respectivas comissões políticas concelhias, devido ao calendário das Autárquicas 2025. Quem conhece as máquinas partidárias, sabe que que a cerca de um ano de eleições autárquicas, os motores começam a aquecer! No caso de Santa Maria da Feira, as principais candidaturas à Câmara Municipal apresentam realidades diferentes.

No caso do PSD, com candidato à Câmara Municipal encontrado, numa tradicional lógica de perpetuação no poder do seu partido, ‘começa a semear apoios’ pelas freguesias tendo em vista ‘fazer as colheitas eleitorais’ no Outono de 2025. Além disso, com o privilégio de estar no poder, parte com um grande avanço relativamente à candidatura adversária mais próxima, a do Partido Socialista. Este avanço é reforçado com o facto da maioria das freguesias do concelho estarem sob o domínio do PSD.


Por seu lado, o Partido Socialista, o mais direto concorrente, tem de inverter este ciclo, começando por conquistar para o seu lado, a maioria das freguesias. Porém, isso só será possível se as equipas escolhidas consigam que o eleitorado dessas freguesias acredite nelas. Só assim é possível vencer as eleições autárquicas de 2025!


Naturalmente, gerar um clima de confiança junto desses candidatos locais passa pela indicação de um forte candidato à Câmara Municipal, que transmita essa confiança ao eleitorado. Não basta que o candidato seja o escolhido pela Comissão Política Concelhia (CPC), precisa de ser sufragado por um universo mais vasto. No mínimo, deveria ser feita uma consulta/escrutínio secreto a todos os militantes de Santa Maria da Feira. Esta legitimidade daria ao candidato uma força democrática suplementar, pois tinha sido escolhido o apoio maioritário dos socialistas feirenses.


Nesta circunstância, na minha opinião, a indicação de candidatos deve ser feita de forma criteriosa, onde a competência e credibilidade junto do eleitorado vai ser decisiva. Será ainda racional fazer uma sondagem através de voto secreto, junto do eleitorado para recolher nomes mais bem posicionados para a escolha do melhor candidato do PS à Câmara da Feira.


Além do previsto candidato, presidente da CPC, Márcio Correia, existem, na minha opinião, outros militantes que deviam ser escrutinados, a saber:
– Susana Correia, deputada na Assembleia da República, ex-presidente de Junta de Espargo. Reúne condições extraordinárias para ser uma excelente candidata à presidência da Câmara Municipal. A sua experiência política a nível local, distrital e nacional, torna-a portadora de um dos melhores currículos políticos ao serviço do Partido Socialista. Está na hora de testar as suas capacidades junto do eleitorado feirense. Caso não o faça, corre o risco de poder perder uma oportunidade única na sua vida para ser a presidente da Câmara de Santa Maria da Feira.
– João Carlos Figueiredo, médico de Santa Maria da Lamas, filho do ex-vereador do PS, também médico, João Figueiredo. Apesar de ser muito jovem, manifesta uma vontade férrea em servir a poder autárquico. Oriundo de uma zona do Concelho muito populosa, pode ser uma aposta revolucionária de mudança de paradigma eleitoral do PS. Esta jovem promessa, apaixonada pelos ideais do Partido Socialista, pode ser uma agradável surpresa, pois não apresenta qualquer desgaste partidário, estando disponível em tudo fazer para conquistar da Câmara da Feira.
Perante a estratégia acima avançada, o Partido Socialista só ganhará a Câmara da Feira se escolher um candidato carismático, em que o eleitorado acredite, a começar nos seus militantes feirenses.


Por último, de acordo com a Lei 39/2021 de 24 de junho, está em curso na Assembleia da República, a reversão das freguesias de Mosteirô, Pigeiros, Louredo, Guisande, Gião, Vila Maior e Vale. Devido à queda do Governo, o processo de apreciação dos pedidos esteve parado cerca de seis meses. Preocupados com o cumprimento dos prazos, as assembleias de freguesias envolvidas, pediram através da presidente da Assembleia Municipal que o grupo de trabalho da Assembleia da República dê caracter de urgência na conclusão dos pedidos, a tempo de as freguesias revertidas poderem participar de forma autónoma nas Autárquicas de 2025.


Perante a gravidade da Lei nº 39/2021, de 24 de Junho, não venha a ser cumprida, as populações das freguesias abrangidas pela aberrante agregação feita em 2013 manifestarão o seu descontentamento, responsabilizando o Partido Socialista e Partido Social Democrata, pelo incumprimento da Lei. Mais, caso a Lei não venha a ser cumprida, os movimentos das populações abrangidas podem recorrer a protestos com meios pouco ortodoxos. Os partidos querem que as eleições autárquicas de 2025 decorram com serenidade, como tal devem obrigar os seus partidos a cumprir a Lei.

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António Cardoso

Antonio Cardoso
COLUNISTA
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