Termina o protocolo – de enorme sucesso desportivo – entre FC Porto e Academia José Moreira, opção dos dragões, que decidem seguir a solo no voleibol feminino português
O mês de julho trouxe novidades para o voleibol concelhio, com a rutura entre Academia José Moreira e FC Porto, que, em parceria, dominaram os últimos anos da modalidade em Portugal.
O protocolo iniciou-se em 2019 e deveria durar, pelo menos, até ao final da próxima época, porém, o clube da Invicta informou o de Nogueira da Regedoura, fundado por um dos históricos jogadores dos azuis e brancos, sobre o fim da ligação. Quanto à razão que levou à opção portista, José Moreira afirma que “também gostava de a saber”.
“Foi uma decisão de algumas pessoas, dos patrocinadores, penso que não partiu do FC Porto. Quiseram desfazer a parceria para tentarem criar aquilo que há 30 anos tento fazer, que é ‘ressuscitar’ a secção de voleibol do FC Porto. Esta maneira não foi a correta”, diz José Moreira. No entanto, a antiga glória portista assegura não guardar mágoa para com o clube. “Volto a frisar que o clube não tem culpa. Houve pessoas que aproveitaram para se promoverem”.
Fundada em 2014, a AJM atingiu o profissionalismo em parceria com o FC Porto, uma ligação que resultou em múltiplas conquistas, como três Campeonatos Nacionais, uma Taça de Portugal e quatro Supertaças; fazendo ainda história nas competições europeias.
José Moreira enaltece a organização do clube de Nogueira da Regedoura, ainda antes da parceria formada com o FC Porto, dando como exemplo o recrutamento, por parte dos azuis e brancos, na própria AJM. “Vieram buscar tudo: sete jogadoras, preparador-físico, diretor-desportivo, dois fisioterapeutas, o médico e até o indivíduo da secretaria. Só demonstra que tínhamos organização. Sabemos que o FC Porto é um clube com bastantes recursos humanos… a intenção dessas pessoas foi outra: tentar destruir e acabar com a AJM. Esta é que é a realidade”, prossegue, sem revelar a identidade das pessoas a quem se dirige.
“Não vamos entrar em vinganças”
Agora, a AJM abdica de participar na 1.ª Divisão, extinguindo – pelo menos na próxima época – a equipa sénior. “Não nos inscrevemos, embora tivéssemos o direito de estar na Supertaça, na Taça Ibérica e nas provas europeias. Não vamos entrar em vinganças”.
Para José Moreira, “a responsabilidade está toda do lado dessas pessoas que parecem estar ligadas ao FC Porto”. “Vamos ver qual será o futuro. Têm a responsabilidade de continuar o trabalho que foi feito, mais do que demonstrado, com muito êxito e sucessos”, termina.
O FC Porto prepara, agora a solo, a sua caminhada na modalidade. Em 2023/24, contará com Miguel Coelho como treinador, estando o plantel a ganhar forma. Joana Resende, Kyra Holt e Victória Alves transitam da AJM/FC Porto, Maria Reis Lopes e Gabriela Coelho – natural de Sanguedo – chegam provenientes do Leixões, e Eliana Durão, ex-Benfica, também é reforço.