Este fim de semana realizou-se a 5.ª Convenção do Partido Chega. Um partido com poucos anos de vida, mas que muito tem feito falar. Se uns entendem que este partido é uma ameaça à democracia outros ainda alimentam a sua normalização.
Esta Convenção foi muito clara ao mostrar que este é um partido de um homem só, mesmo tentando montar a estratégia da moderação para atingir os objetivos pessoais, rapidamente cai o pano e termina como sempre começou a burlar as normas e as garantias que tipificam o Estado de direito, no desrespeito pela democracia e pela conquista de direitos inalienáveis.
Foi muito claro num discurso virado para o ataque e o maldizer, nada concretizando de concreto em propostas para o país. Anuncia-se tão só o poder pelo poder.
Estes partidos, como sabemos a exemplo do que também assistimos pela Europa, crescem no descontentamento e alimentam-se inflamando massas. Vingam com discursos de ódio e atacam pelo populismo. Se aos decisores políticos compete honrar o voto e a eleição, a todos os partidos do governo ou oposição cabe não permitir que a indefinição ou ambiguidade prevaleça. Há uma linha que separa… E ela deverá ser inequívoca.
A erosão da democracia acontece de forma gradual, pequeníssimos passos. Cada passo pode parecer insignificante, mas certamente não o será.
Este é um desafio de todos, como já muitos defenderam e escreveram, as democracias podem estar sob ameaça de morte e não será através de “golpes de Estado como antigamente, com canhão na rua e tropa perfilada”, hoje em dia, sem nos darmos conta, “as democracias morrem por ataques subtis e sistemáticos contra as instituições”.
A um partido como o PSD (o maior partido da oposição) e que representa uma frente eleitoral importante, cabe não se deixar poluir ou levar na enxurrada e assumir-se como um fiel defensor do estado de direito e das conquistas da liberdade, na defesa dos pilares da democracia acima da identificação política de qualquer um. Esta linha que separa, não deve deixar qualquer dúvida, ambiguidade ou decisão para o “logo se vê”.
Cometermos o erro de limitarmo-nos apenas em apontar obsessivamente os defeitos, sem sermos capazes de conceção da realidade, das preocupações atuais e propostas realistas e consequentes, são em si um contributo para o populismo. E com este …
Há uma linha que separa…