Só os mais apaixonados colocariam o Feirense na rota da subida ao principal escalão do futebol português esta temporada, mas errados não estariam. A oito jornadas do fim da Liga Portugal 2 Meu Super, a possibilidade é real, com apenas quatro pontos a distanciarem a equipa de Vítor Martins do 3.º lugar, que garante a presença no play-off de promoção
A todos os que o condenavam à descida de divisão, à qual se escapou na última temporada apenas no play-off, frente ao eterno rival Lusitânia de Lourosa, o Feirense tem dado uma verdadeira ‘chapada de luva branca’. E daquelas que deixam marcam na face.
Só uma hecatombe na regularidade da equipa de Vítor Martins poderá colocar o Feirense nos sobressaltos da despromoção. Pelo contrário. Os fogaceiros estão, contra as probabilidades de início de época, intrometidos na luta pela subida à Liga Portugal Betclic, ainda que a candidatura à promoção ao principal escalão do futebol português não entre o vocabulário – pelo menos para o exterior – de todos os que compõem a estrutura do clube.
A consistência daquela que é uma das defesas menos batidas da Segunda Liga, até poderia ter abanado com a saída do guardião João Costa, que foi uma autêntica muralha na baliza do Feirense enquanto esteve contratualizado com o clube, mas primeiro Pedro Mateus e depois Lucas Cañizares – esse mesmo, filho do histórico guardião espanhol Santiago Cañizares – têm conseguido, salvas exceções, garantir segurança à equipa.
No entanto, a caminhada dos defensores do Castelo tem sido algo atribulada desde o início. Ainda que averbasse apenas uma derrota nos primeiros cinco jogos da época, tudo parecia desmoronar-se com a eliminação da Taça de Portugal, aos pés do modesto Pêro Pinheiro, do quarto escalão português, que marcou o início de uma série de sete jogos sem vencer.
Não obstante, a escalada na tabela iniciou-se em dezembro de 2024. A partir de então, o Feirense perdeu apenas três dos 13 jogos disputados, tendo vivido a melhor fase da época, ao registar quatro vitórias consecutivas.
Nas últimas três rondas, perdeu com os candidatos Vizela e Chaves, mas regressou aos triunfos no Algarve, frente ao Portimonense.
Contas feitas, são 39 pontos somados em 26 jornadas, fruto de dez vitórias e nove igualdades, tendo averbado sete desaires. Tem 27 golos marcados e 24 sofridos. À sua frente tem Tondela, Chaves, Penafiel, Alverca, Vizela, Torreense, Benfica B e União de Leiria e terá ainda de defrontar quatro destas equipas.
O coletivo é mesmo a maior ‘arma’ da turma orientada por Vítor Martins, sendo que individualmente há somente dois jogadores com apenas… seis golos: Leandro Antunes e Zidane Banjaqui.
Em suma, tudo em aberto para os fogaceiros, que somam mais 17 pontos relativamente ao FC Porto B, a primeira equipa em risco de despromoção, o que significa que a pressão da descida é praticamente inexistente, estando o objetivo da manutenção garantido – ainda que não matematicamente.