Em dia do 22.º aniversário de elevação de Lourosa a Cidade, a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira e a Junta de Freguesia de Lourosa ofereceram uma ‘prenda’ à comunidade, ao inaugurarem a requalificação da zona industrial do Casalinho, uma obra “necessária” e que ultrapassou os 350 mil euros de investimento municipal. A cumprir o último mandato na presidência da Junta de Freguesia de Lourosa, Armando Teixeira, que espera deixar outras obras concluídas, destaca a dinâmica associativa e cultural da freguesia
Lourosa celebrou o 22.º aniversário de elevação a Cidade com um vasto programa festivo. Foi um dia memorável para a Cidade, que teve direito a um ‘presente’. No dia 19 de abril, elementos da Câmara Municipal, em conjunto com o executivo da Junta de Freguesia, liderado por Armando Teixeira, procederam à inauguração da requalificação da zona industrial do Casalinho. Uma obra almejada há vários anos pela Cidade e que, além de aumentar as acessibilidades, o presidente espera que contribua para a dinamização empresarial e consequente fixação dos jovens no território.
“É uma obra que era uma necessidade e já tinha sido pedida há alguns anos. Trata-se de uma zona industrial que atualmente já não é dedicada exclusivamente ao setor da cortiça. Temos empresas de papel, tintas, serralharia, gráficas… temos diversidade”, apontou na cerimónia de inauguração Armando Teixeira, sob a presença do presidente da Autarquia, Emídio Sousa, do vice-presidente e vereador das Obras Públicas, Amadeu Albergaria, das vereadoras Ana Ozório e Sónia Azevedo e do vereador socialista Délio Carquejo. Segundo Amadeu Albergaria, uma das principais dificuldades da empreitada foi “conciliar uma zona industrial em pleno funcionamento com a execução da obra”, porém, conseguiram “uma zona industrial condigna e que permite às empresas terem melhores condições, inclusive para receberem clientes que vêm de toda a parte”.
A obra, com um investimento superior a 350 mil euros, envolveu a construção de passeios, “para permitir que os peões transitem em segurança”, assim como replantação de árvores e novos lugares de estacionamento. “No total, estão previstos 75 lugares para automóveis. Já fizemos um estacionamento a sul e faremos mais dois: um à entrada da zona industrial e outro na da ETAR, nas próximas semanas. São obras rápidas e que deixarão a zona desafogada do ponto de vista do estacionamento”, adiantou o vereador das Obras Municipais, enquanto o presidente da Junta foi mais longe e revelou que está ainda pensado um aditamento, “entre 15 a 18 lugares, entre a rotunda a sul e a entrada da zona industrial”.
Depois do descerramento da placa de inauguração, por Emídio Sousa e Armando Teixeira, ao final da manhã de quarta-feira, o presidente da Autarquia tomou da palavra para falar da dinâmica concelhia atual. “Neste momento, a Feira é obra. Estamos com obras em todo o Concelho e significativas, desde a reabilitação da rede viária, a requalificação dos centros urbanos, a pavimentação de estradas, a construção de unidades de saúde ou o alargamento do Hospital S. Sebastião para a ala de saúde mental. Sou um presidente orgulhoso, com uma equipa fantástica”, proferiu.
“Lourosa está num novo ciclo”
Requalificada a zona industrial do Casalinho, Armando Teixeira aponta à seguinte. “No Plano Diretor Municipal (PDM) está ainda contemplado, além do aumento da zona industrial do Casalinho, o da zona industrial do Fundão, na fronteira com Mozelos. As alterações permitirão aumentar a capacidade empresarial da freguesia e consequentemente aumentar a empregabilidade na Cidade”, referiu Armando Teixeira ao Correio da Feira, adiantando que “Lourosa está num novo ciclo”. “Nos últimos anos, baixamos o número de habitantes, mas já virámos essa página. Estamos a aumentar, o que é sinal da nossa capacidade construtiva. Nos últimos dois anos, temos mais de 150 fogos, número que só é comparável com o de há 20 anos”.
No entanto, a falta de ensino secundário no Agrupamento de Escolas António Alves de Amorim é um entrave à vontade anunciada de fixar os jovens na Cidade. Armando Teixeira espera que o ensino seja futuramente alargado. “Na zona do agrupamento de escolas há um terreno assinalado no PDM que nos permitiria aumentar o parque escolar. Até então, não foi possível alargar o ensino do 9.º ao 12.º ano, por motivos que nos ultrapassam. É um assunto que me deixa triste, mas que diz respeito ao Ministério da Educação. Porém, acredito que com a compra do terreno, temos mais possibilidades de o conseguir”, considera, acrescentando que a aposta nas zonas industriais é tão importante como na educação. “Além das zonas industriais, a questão educativa é fundamental para cativar os jovens. Muitos são obrigados a continuarem os estudos fora da Cidade, porque não temos o que pretendem, o que lhes faça ficar”, lamenta.
“Este mandato tem sido de conclusão de várias obras”
A cumprir o último mandato à frente dos destinos do órgão executivo, Armando Teixeira diz que o atual tem sido de “conclusão de várias obras que estavam prometidas há vários anos”. “Tem sido uma luta constante. Há algumas coisas que não consegui, nestes sensivelmente dez anos, mas não foi por falta de vontade. O lar de idosos é um desses exemplos. O projeto que tínhamos para a sua construção era extremamente ambicioso e por isso está a ser feito outro. Sei que será difícil iniciar-se a obra ainda neste mandato, mas há várias que acredito que possamos começar”, atesta, garantindo que a requalificação da Feira dos Dez “será uma realidade”, assim como a requalificação ambiental e de passeios. “Vamos criar condições para que as pessoas com mobilidade reduzida ou com carrinhos de bebé possam passear pela Cidade. A ciclovia Lamas-Lourosa será também uma mais-valia para os lourosenses”, visando incentivar a mobilidade sustentável. Neste parâmetro, inclui-se igualmente o Interface de Transportes Lourosa/Fiães, em fase de conclusão, “fundamental para a comunidade”, pois permitirá aos habitantes “usarem os autocarros e deixarem as viaturas próprias”.
“Orgulhoso de ser presidente de Lourosa”, Armando Teixeira destaca, neste 22.º aniversário de elevação de Lourosa a Cidade, a dinâmica associativa e cultural da freguesia. “No domingo [dia 16], mais de 1500 lourosenses foram a Alpendorada apoiar o clube. É um orgulho termos um clube tão forte e uma dinâmica associativa e cultural igualmente fortíssima. O auditório da Junta está sistematicamente ocupado com atividades das associações locais e é isso que me apraz registar. Lourosa está de parabéns”, exalta, dando nota de que estão prontos “para continuar este trabalho”.