A ida ao dentista é, muitas vezes, encarada com medos. A Medicina Dentária evoluiu muito nas últimas décadas, com procedimentos cada vez mais avançados e sem o desconforto de outrora.
Antes, apenas nos dirigíamos aos consultórios para “tratar um buraco” ou “tirar um dente”. Atualmente, aposta-se cada vez mais na prevenção. A primeira consulta no médico dentista deverá ser preventiva, pelo que é aconselhada em tenra idade. É uma consulta mais dirigida aos pais, numa vertente de aconselhamento, para garantir os cuidados de saúde oral diários mais adequados aos seus filhos. Estas consultas estão inseridas num ramo da Medicina Dentária, dedicada aos bebés, crianças, adolescentes e indivíduos com necessidades específicas – a Odontopediatria.
Então, qual a melhor altura para levar os mais pequenos à consulta? Segundo as Associações Europeia e Americana de Odontopediatria (EAPD e AAPD), esta deve decorrer entre o nascimento do primeiro dente de leite e o primeiro aniversário do bebé, na ausência de problemas orais como alterações dos freios da boca. A criança é depois acompanhada regularmente e, se surgir necessidade de tratamento, os atos serão mais simples, a criança já conhece o ambiente da clínica e confia na equipa que o acompanha.
Assim, vamos criando uma geração de adultos sem traumas no dentista.
Porém, nem sempre é esta a realidade. Ainda está assente erradamente a ideia de que a primeira consulta de rotina da criança deveria ser realizada apenas quando existem dentes definitivos (5-6 anos). Nestas idades, as crianças já nos surgem por vezes com hábitos de sucção não nutritiva muito estabelecidos ou dor crónica devido à doença cárie ou a defeitos de desenvolvimento dentário, com que afeta todo o crescimento e a qualidade de vida, desde a sua alimentação até à sua autoestima.
Quais os sinais de que o seu filho necessita de uma consulta de odontopediatria o quanto antes?
– dentes presentes nos primeiros dias de vida do bebé
– dificuldade na amamentação ou início da alimentação complementar
– alterações na língua ou gengivas
– dificuldade na mastigação de alimentos mais fibrosos
– hábito de chuchar em objetos, como chupeta, dedo, fralda de pano ou biberão
– manchas nos dentes, que pode variar de branco a coloração escura
– dores ou desconforto na boca ou dores de cabeça
– inchaço, feridas ou “bolhas” nas gengivas
– quedas ou acidentes que envolva a boca (sangramento, fratura ou “desaparecimento” de dentes)
– alterações na posição e tamanho dos ossos maxilares e dentes (queixo mais projetado ou mais recuado do que o lábio superior, “dentes tortos”, etc.)
– mau hálito constante
– estalidos durante a abertura ou fecho da boca
– apertar ou ranger os dentes
– ressonar ou dormir de boca aberta
Estas são algumas das situações em que o médico dentista pode ajudar e restabelecer a saúde oral. Lembre-se: não existe saúde geral sem saúde oral! Por isso, já olhou para a boca do seu filho hoje?