Medidas de prevenção ao combate a incêndios florestais
Opinião

Medidas de prevenção ao combate a incêndios florestais

As autarquias se não fizerem prevenção no combate aos incêndios florestais estarão a ser criminosamente passivas

Os incêndios florestais são uma das principais catástrofes na vida dos portugueses. Constituem uma fonte de perigo para as pessoas e bens, além de provocarem danos ambientais. As causas dos incêndios florestais, são muito variadas, que vão das condições climatéricas desfavoráveis, passando por actos criminosos e negligência humana.

Nos dias mais quentes, com vento e humidade baixa, o risco de incêndio é maior. Foi o que recentemente aconteceu na zona Centro e Norte de Portugal. Com contornos semelhantes aos incêndios de Pedrógão em 2017, foi avassaladora a destruição ocorrida.

Em Santa Maria da Feira, as consequências dos incêndios florestais foram ligeiras. Embora poupada ao que aconteceu nos concelhos de Arouca, Oliveira de Azeméis, Sever de Vouga, Albergaria-à-Velha e Águeda, mas não deixa de ser preocupante se os incêndios baterem à nossa porta.

Dos meus parcos conhecimentos técnicos no combate a incêndios florestais, mas como cidadão atento a estes fenómenos, tenho chamado à atenção dos imensos perigos de incêndio que têm sido ignorados negligentemente pelo Poder Autárquico (Câmara Municipal e Junta de Freguesia) no território das Freguesias de Caldas de S. Jorge Pigeiros. A extinção total dos incêndios é impossível, mas pode-se reduzir significativamente o seu número se forem implementadas medidas eficientes na prevenção que vão na falta de literacia ambiental, na limpeza dos terrenos, cuidados a ter nas queimadas, no lançamento de foguetes, na utilização de máquinas florestais bem como manter sempre vigilância activa em especial nos meses de alto risco de incêndio com dias quentes/ humidade baixa e vento fortes etc.

Apesar de serem medidas de muito relevo que os cidadãos devem dar a máxima atenção, cabe em exclusivo às Autarquias Locais, garantir bons acessos às zonas florestais e manter floresta vigiada em permanência, por vigilantes florestais.

Concretizando com o exemplo dos territórios de Caldas de S. Jorge e Pigeiros a estender esta cooperação com os restantes vizinhos, temos as seguintes realidades geográficas:

– Pigeiros a nascente e poente é caracterizada por terrenos de elevado relevo que permitem a instalação excelente de postos de vigilância do seu território. Por sua vez, Caldas de S. Jorge reúne a poente, excelente condição para instalar a vigilância do seu território. Portanto, esta seria a 1ª grande medida, dada a elevada massa combustível florestal da freguesia de Pigeiros, cuja carga de incêndio é assustadora. Essas massas de combustível, são autênticos barris de pólvora que é preciso dar atenção!

Para melhor definir esta perigosa situação, basta verificar a não existência de qualquer continuidade urbana de Pigeiros com todas as freguesias envolventes.

No caso de ocorrer num incêndio semelhante aos ocorridos nas freguesias semiurbanas de Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha, Águeda e Sever de Vouga, o resultado será catastrófico. Recentemente, temos tido pequenos avisos, como foram os casos dos incêndios nos matos da Gândara, no lugar da Quintã/Várzea e dos Corgos. Além disso temos situações de risco elevado, pois existem lugares completamente isolados, como é o caso da Várzea e do Barreiro!…

Uma 2ª grande medida, já pedida aos nossos responsáveis autárquicos, trata-se da acessibilidade às zonas florestais. A criação de “Barreiras corta-fogo entre as manchas florestais”, através da beneficiação dos caminhos florestais existentes, dado que alguns deles, estão a ser ocupados indevidamente e que impedem o acesso de bombeiros e de viatura de combate a incêndios.

Pergunta-se, não há dinheiro no PRR, para estes simbólicos investimentos, que podem poupar vidas e bens materiais?

Por último, se casos semelhantes acontecerem, sem que nada seja feito, os cidadãos não hesitarão em chamar criminosos a todos os responsáveis autárquicos que estão no poder. Depois dos incêndios de 2017 em Pedrógão e em 2024 na zona Centro e Norte, não há desculpas, pois mais uma vez fomos avisados pela Natureza, perante o comportamento passivo dos nossos Autarcas! Depois, não venham carpir mágoas que não têm meios para defender as pessoas, as casas e as fábricas!

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António Cardoso

Antonio Cardoso
COLUNISTA
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