Nas últimas semanas foi o tempo dos partidos, das propostas, das escolhas, das eleições e respetiva vontade dos portugueses para o seu futuro.
Evidentemente, o povo é o grande soberano, centrando na sua ponderação e visão sobre os projetos programáticos dos diferentes partidos e seus líderes, a razão das suas opções, procurando, na sua liberdade e pressupostos da democracia, definir o cenário governativo e legislativo vigente para o país.
Os portugueses decidiram, e agora é o tempo do Presidente da República e dos líderes partidários, na salvaguarda de legítimas condições de governabilidade, propiciar a Portugal um rumo que lhe permita evoluir, construindo soluções para os imensos problemas instalados, muitos deles há décadas, que persistem em existir por incúria e inabilidade de quem nos governou.
Mas o futuro não se coaduna com saudosismos bacocos do passado, com críticas e queixumes desse mesmo passado, buscando responsáveis, pois isso faz parte da história, não podendo ser permanente entropia para o futuro que os cidadãos desejam, fartos que estão desses velhos do Restelo, que persistem a alicerçar a sua incapacidade para fazer e dessa forma limitar a mudança que o país precisa e anseia.
Perante a escolha legitimada do povo, povo esse que deixou vincado um grito de revolta e protesto, cabe a cada um dos partidos e seus líderes fazer o seu trabalho com responsabilidade e, como alguém muito bem disse, sem estratégias tacticistas de última hora, devendo, antes de tudo, construir dentro do que é o seu projeto proposto, mas não negando a quem ficou à frente de fazer.
O país não pode esperar que os interesses político-partidários se sobreponham ao interesse maior do país e dos portugueses, que passam por inúmeras dificuldades e que apenas pretendem que as suas vidas sofram menos adversidades e exista esperança para o futuro deles e dos seus, por conseguinte, das gerações vindouras.
O setor da Saúde não pode manter esta trajetória de destruição e continuar a definhar pois é a vida, a saúde e o bem-estar de todos, ou pelo menos da maior parte dos cidadãos, que está em xeque. Mas em igual medida, é a vida e o futuro dos inúmeros profissionais de saúde que está em suspenso, sem motivação e perspetiva de verem corrigidas décadas de desvalorização, desrespeito e verdadeira indignidade profissional.
Também a educação, a segurança e a justiça se encontram no limbo, onde nada fazer é perpetuar o declínio do país.
Pede-se responsabilidade e responsabilização, verdadeiro pacto de salvação de Portugal.