O festival, que desde 2017 se realiza em Santa Maria de Lamas, regressa nos próximos dias 16 e 17 de junho para mais uma edição que, a julgar pelos nomes já anunciados, promete consolidá-lo ainda mais como um dos mais ousados no panorama de festivais nacionais
Numa organização conjunta da Basqueiro – Associação Cultural e do Museu de Lamas, o Festival apresentará uma programação que, mantendo-se fiel à sua génese, atravessará o espectro da música alternativa, juntando nos seus diferentes palcos um conjunto total de 13 bandas/artistas que alia nomes consagrados com projetos emergentes e o maior contingente internacional desde a sua existência.
À data, foram já anunciados 11 nomes, destacando-se os consagrados Mão Morta e os Três Tristes Tigres, veteranos da música nacional, ambos com novos trabalhos na bagagem para dar a conhecer no Parque de Santa Maria de Lamas.
Destaque igualmente para a estreia absoluta em Portugal do Post Punk dos irlandeses M(h)aol e para os ritmos poderosos de Petbrick que conta nas suas fileiras com Igor Cavallera, baterista da formação original de Sepultura.
O electro-punk de Baba Ali, o voodoo industrial de Dame Area e a hipnose eletrónica de Alex Silva encerram o contingente internacional, num cartaz que contará ainda com um leque variado de projetos nacionais emergentes, entre os quais o turbilhão emocional dos Indignu, a disrupção sónica dos Sereias, o crossover avassalador dos Cobrafuma ou ainda o caos zappaniano dos Unsafe Space Garden.
Segundo a organização, “a venda de bilhetes decorre a bom ritmo, verificando-se um interesse crescente pelo festival que extravasa a região de Aveiro e do Porto, não só dos distritos mais distantes do país, mas também da Galiza, fenómeno que já se sentiu na edição de 2022 e que se prevê de maior intensidade em 2023”. Para proporcionar aos forasteiros de paragens mais distantes a melhor hospitalidade possível, uma vez mais, o festival “estará dotado de parque de campismo com entrada gratuita para os portadores do passe geral”.
A lotação do recinto é limitada, pelo que a organização “aconselha a compra atempada do passe geral, aproveitando-se a primeira fase de pré-venda a 20 euros, que termina no dia 15 de abril”. Após essa data, o preço aumentará para 25 euros e numa fase final atingirá os 35 euros.
No dia 3 de junho, duas semanas antes do festival, está previsto um segundo momento de promoção do Basqueiral (o primeiro aconteceu a 1 de abril) com três concertos junto à arcada do Museu de Lamas, de entrada gratuita ou a preços mais económicos para os portadores do passe geral.
Nos bastidores prepara-se igualmente a extensão artística do Festival conhecida por Basqueirart e que nas últimas edições elevou o evento para novos patamares extramusicais. Recorde-se que em 2021 apresentou a Exposição ‘Living Among What´s Left Behind’ do fotojornalista, premiado pela World Press Photo, Mário Cruz, e em 2022, numa estreia exclusiva em Portugal, a exposição ‘A Rota do Mediterrâneo’, da Agence France Press.
A temática a explorar em 2023, apesar de já definida, permanece ainda por revelar, sendo certo que “a envolvência da comunidade” continuará a ser um dos eixos centrais do Basqueirart, estando já confirmada a participação da Cerci-Lamas, da Associação Bem Estar, da Casa dos Choupos, entre outras instituições locais. Persistem algumas dúvidas sobre o calendário, moldes e dimensões, que “dependem essencialmente da confirmação do apoio que a organização espera obter por parte da DGArtes”.
É essa a principal dificuldade apontada pela organização, a “incerteza orçamental que se faz sentir todos os anos”. “O apoio municipal tem sido fundamental para a qualidade e continuidade do festival, mas o elevar de exigência autoimposto pela organização obriga a uma contínua procura de receitas suplementares que permitam apresentar consecutivamente programações de excelência a preços acessíveis”.