Plano de Ação do Envelhecimento Ativo e Saudável
Opinião

Plano de Ação do Envelhecimento Ativo e Saudável

Este ano o Serviço Nacional de Saúde (SNS) assinala o seu 45.º aniversário. Por todos os escritos e palestras que temos oportunidade de assistir o grande desafio que enfrentamos é a longevidade da população. Os portugueses estão a viver mais, mas não estão a viver melhor.

Peritos, autarquias, associações e entidades que trabalham com e para fazer face a respostas ao nível do envelhecimento da população e para que este envelhecimento seja mais ativo e mais saudável, alertam todos os dias, para que as políticas públicas respondam mais e melhor às necessidades da população. Falamos de cuidados de saúde, falamos de prevenção, falamos de cuidados continuados e paliativos, falamos de cuidados domiciliários.

Senti-me orgulhosa quando em janeiro de 2024 o anterior Governo publicou o Plano de Ação para o Envelhecimento Ativo e Saudável. Um Plano de Ação que leva nove meses, que já se encontra em implementação no terreno e que envolve um conjunto de parceiros para que se continue a investir em respostas que ainda são insuficientes, como os cuidados paliativos, os cuidados domiciliários e a capacitação de profissionais e cuidadores.

Infelizmente esta semana fomos surpreendidos com a notícia de que o atual governo estava preparadíssimo para abandonar este plano deixando cair o trabalho desenvolvido, numa matéria crucial para o desenvolvimento saudável e sustentável da comunidade.

É o próprio coordenador do plano nacional que traz a público que as atividades ainda não iniciadas foram “suspensas”.

Medidas como os planos municipais de envelhecimento, a evolução dos cuidados integrados e de longa duração, as linhas telefónicas 60+ e de apoio aos cuidadores informais, estão em risco.

Resta-nos a esperança de que, parte dos parceiros, designadamente as autarquias, possam dar continuidade a medidas que já se encontram no terreno, com os seus próprios meios e com base neste caminho apontado e aprovado, em resposta às conhecidas necessidades dos seus cidadãos.

Portugal foi o primeiro país europeu a ter um plano organizado e estruturado que está a servir de exemplo noutros países. O Governo atual fará o que entender, mas é criticável substituir um plano desta qualidade por pacotes de medidas avulsas, para a população idosa e de medidas que caberiam neste plano estruturante e transversal. E termino citando o coordenador nacional do plano referido “se não atuarmos mais cedo, na prevenção, daqui a dez anos estamos na mesma situação”.

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Susana Correia

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COLUNISTA
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