Na passada semana foi dado o pontapé de saída em mais uma fase de qualificação para o Campeonato Europeu de Futebol, que terá lugar nos meses de junho e julho de 2024 na Alemanha, país que acolherá o torneio pela segunda vez (a primeira foi em 1988).
A seleção das Quinas, atual 9º classificado no Ranking de Seleções da FIFA, iniciou esta fase a todo o gás, com duas vitórias inegáveis: a primeira frente ao Liechtenstein por 4-0 (golos de João Cancelo, Bernardo Silva e bis de Cristiano Ronaldo) e 6-0 face ao Luxemburgo (tentos de João Félix, Bernardo Silva, Otávio, Rafael Leão e, novamente, bis de Cristiano Ronaldo). Portanto, uma estreia de sonho para o novo selecionador, Roberto Martínez, técnico espanhol que contava já com uma experiência no cargo de selecionador, tendo orientado a seleção belga entre 2016 e 2022. O técnico não perdeu tempo a realizar algumas alterações no esquema tático, entre elas, o fortalecimento do setor defensivo, com a introdução de um terceiro defesa-central, para além de não abdicar da titularidade de Ronaldo, que já nos seus 38 anos mostra, contudo, que ainda tem cartas a dar à seleção.
Ainda que estejamos só no início de uma jornada de dez jogos, a qualificação para a competição não se revela uma surpresa, dada a acessibilidade do grupo em que Portugal está inserido, assumindo-se, claramente, como favorito em terminar na primeira posição: Bósnia, Eslováquia, Islândia, e os já mencionados, Liechtenstein e Luxemburgo.
Caminhando já para a 17ª edição da competição, relembraremos o percurso da seleção portuguesa desde o primeiro Europeu, que teve lugar em 1960. A sua estreia aconteceu somente 24 anos depois, em 1984, tendo alcançado as meias-finais, perdendo, já no prolongamento, para a seleção que seria a campeã dessa edição, a França. Ausente nas edições de 1988 e 1992, voltou em 1996, caindo nos quartos de final, diante da República-Checa.
A viragem do milénio, resultaria num novo capítulo para a seleção das Quinas, dado que desde o EURO 2000, esteve presente em todos os campeonatos europeus (e do mundo). No EURO 2000, a seleção voltaria a cair diante da França, novamente nas meias-finais e com direito a prolongamento; em 2004, e jogando em casa, Portugal foi derrotado pela surpresa da competição, a Grécia, na final; em 2008, foi eliminado nos quartos, frente à Alemanha; e em 2012 voltaria a alcançar o top 4, perdendo com a Espanha, numa disputa por grandes penalidades. Já em 2016, Portugal conseguiria alcançar aquilo que lhe tinha escapado em 2004, frente a uma “velha” conhecida: a seleção francesa, que era a anfitriã da competição, por 1-0, com aquele golo mítico de Éder, marcado ao minuto 109, e sem Cristiano Ronaldo, que havia saído de forma prematura aos 20 minutos de jogo, após uma entrada dura de Payet. Por fim, no EURO 2020, que foi realizado só em 2021, dado a pandemia de COVID-19, Portugal faria o seu pior desempenho em campeonatos Europeus, caindo nos oitavos de final, curiosamente frente à Martínez, e que na altura se encontrava a treinar a Bélgica.
Voltando ao EURO 2024, poderemos esperar uma renovação nos integrantes da seleção, tendo já Roberto Martínez feito uma aposta em jovens talentos, nas jornadas inaugurais da qualificação: Gonçalo Inácio, António Silva, Diogo Dalot, Nuno Mendes, Vitinha, Rafael Leão e Gonçalo Ramos (Diogo Costa, que assumiu a titularidade no Mundial de 2022, encontra-se lesionado, devendo ser aposta assim que recuperado). De momento, é esperar que Portugal consiga replicar as exibições destes primeiros jogos no restante percurso de qualificação, sendo que deverá esperar mais dificuldades no momento de alcance da fase de grupos da competição.
