O Partido Socialista marcou as eleições diretas para 15 e 16 de dezembro, para escolher o sucessor de António Costa. Em simultâneo, far-se-á a eleição de delegados ao congresso previsto para 6 e 7 de janeiro. São três os candidatos que se apresentam a sufrágio dos militantes socialistas. Com o devido respeito pela candidatura de Daniel Adrião, a eleição vai ser disputada entre José Luís Carneiro e Pedro Nuno Santos.
Ambos são excelentes ‘candidatos a primeiro-ministro’, visto possuírem comprovadamente uma vasta experiência política. Na qualidade de militante votante, não foi fácil decidir o meu apoio, dadas as extraordinárias qualidades de ambos.
Porém, após uma profunda reflexão e desapaixonado por questões de amizade ou de proximidade, como militante sinto que o meu voto não vai servir unicamente para escolher o secretário-geral do PS, mas sim um “potencial candidato a Primeiro-Ministro, Chefe do Governo” do meu país.
Perante esta responsabilidade, parece-me que quem melhor representa o PS, partido político de gente do centro-esquerda progressista, com consciência social europeísta e moderada, é José Luís Carneiro. Dotado de uma elevada, capacidade política, tem um percurso político marcado pela conquista da Câmara Municipal de Baião (Terra de Eça de Queirós), ao PSD, onde foi um excelente presidente de Câmara, com provas dadas em funções executivas. Deu ainda provas em outras funções executivas, como secretário de Estado das Comunidades Portuguesas e presentemente está a dar como ministro da Administração Interna. Recorde-se o recente reconhecimento com a medalha de ouro atribuída pela Liga dos Bombeiros. Exerceu ainda funções de deputado. Além disso, exerceu fora da política, funções como docente do ensino superior!
Quanto a Pedro Nuno Santos, destaco, as suas qualidades oratórias de empolgar multidões, associadas às suas convicções radicais de esquerda. Fez um excelente exercício de funções na coordenação de Assuntos Parlamentares com o BE e PCP, mas está distante das qualidades políticas, humanas e das convicções do Socialismo Democrático (Social – Democracia) de José Luís Carneiro. Com personalidades bastante diferentes e perante a incerteza na situação da economia internacional, a prudência e maturidade política, deve prevalecer nos cargos a desempenhar.
Perante o exposto, apela-se que os militantes do PS, que escolham José Luís Carneiro, pois este, apresenta-se como representante da esquerda moderada do PS, que tem sido apoiada pela maioria da população portuguesa. O partido tem uma identidade própria, pautada por dar importância a fazer alianças de regime, sempre que as circunstâncias e o interesse nacional o exigem.
É muito importante que os “militantes do PS percebam que mais importante do que ganhar o partido é ganhar eleitoralmente o país”. Para que isso aconteça é preciso ter uma liderança capaz de falar e convencer a sua base eleitoral, que são milhões de portugueses. Concluindo, considero que este último pressuposto, dá a José Luís Carneiro maior possibilidade de ganhar as eleições de 10 de março, do que Pedro Nuno Santos, mas primeiro tem de ganhar a 16 de dezembro.
Por último, o PS é um partido plural e o facto de haver várias candidaturas, só enriquece o PS e reforça a sua unidade. Mas, uma coisa é certa, no dia 16 de dezembro, dia em que será conhecido o novo líder que será o secretário-geral este terá de ter de ter o apoio de todos os militantes socialistas para ser primeiro-ministro.