Sentir-se em casa “é o que melhor define o ISVOUGA”
Educação Entrevista Especiais

Sentir-se em casa “é o que melhor define o ISVOUGA”

Adelina Portela, diretora do ISVOUGA – Instituto Superior de Entre o Douro e Vouga

É a única instituição de ensino superior do concelho de Santa Maria da Feira e é dirigida por Adelina Portela, desde agosto de 2019. Licenciada em Direito, a diretora apresenta toda a oferta formativa do ISVOUGA, que conta com várias novidades para o ano letivo de 2024/25, fala da sua alta taxa de empregabilidade e defino-o, considerando que os “alunos se sentem em casa”.

CF – Segue no segundo mandato como diretora do ISVOUGA. O primeiro (2019/22) fica irremediavelmente marcado pela pandemia. Que balanço faz?

Adelina Portela – De facto, no primeiro mandato fui surpreendida pela Covid, que alterou todo o modo de funcionamento da instituição. Agora, voltamos ao registo normal, mas não quer dizer que não tenhamos sempre novos desafios, até porque queremos sempre apresentar novas ofertas. No próximo ano letivo, vamos ter mais um curso de técnico superior profissional, neste caso em Informática de Gestão. Em termos de pós-graduações também temos novidades, com três novas ofertas. A mais recente, a Engenharia do Som, que sai um pouco fora daquilo que é normal da nossa oferta formativa, a par de Maquinação Avançada, em parceria com o CENFIM, de Oliveira de Azeméis, e também de Contabilidade e Gestão Pública, a área do futuro no ramo, segundo os especialistas. O balanço é positivo, podemos tirar essa conclusão com o aumento, todos os anos, no total de alunos. 

O próximo ano letivo já está em preparação. Já se conhecem os prazos para as candidaturas?

Os prazos são muito diversificados, porque existem muitos concursos, aliás cada vez mais. Neste momento, está a decorrer o concurso para estudante internacional, que é relativamente recente e é um dos primeiros a acontecer. Já temos candidatos de países estrangeiros, designadamente de Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), para cada uma das licenciaturas e temos mais contactos, portanto é natural que haja mais candidaturas, ao longo das diferentes fases. Também estamos com as candidaturas abertas para a inscrição das provas para os maiores de 23 anos. Estes dois estão já a decorrer, depois é por fases.

Quantos alunos estiveram matriculados no ISVOUGA ao longo do ano letivo 2023/24? Qual a percentagem de aumento relativamente ao ano letivo anterior?

Tivemos 603 alunos. Este ano o aumento não foi tão grande como no ano anterior, mas tem vindo sempre a aumentar.

Quando decorrerá o início do próximo ano letivo?

Já está tudo delineado, será em meados de setembro. Está tudo preparado para arrancar.

Oferta formativa eclética

Relativamente à oferta formativa, já adiantou as novidades…

Mantemos as cinco licenciaturas que já tínhamos: Solicitadoria; Contabilidade; Gestão de Empresas; Marketing, Publicidade e Relações Públicas; e Engenharia de Produção Industrial. Temos também o mestrado em Gestão de Empresas. Em relação aos CTeSP [Cursos Técnicos Superiores Profissionais] passamos a disponibilizar três. Tínhamos Gestão de Turismo e Criação e Gestão de Negócios, agora teremos também Informática de Gestão. Nas pós-graduações, que estão agrupadas no IEE (ISVOUGA Executive Education), que é uma submarca do ISVOUGA que agrega esta formação, pós-graduada e outra. Falo das pós-graduações porque normalmente lançamo-las no início do ano letivo, mas depois, ao longo do mesmo, existem outras formações no âmbito do IEE, por exemplo certificadas, como tivemos no Sage, PWC, portanto, o que denominamos de IEE TechSkills. Retomando as pós-graduações, passamos a dispor de cinco. A par das que já tínhamos, Marketing Digital e e-Commerce e Recursos Humanos e Relações Laborais, agora temos também Contabilidade e Gestão Pública, Maquinação Avançada e Engenharia de Som. Lançámos estas novidades formativas e estamos na expectativa de como vai correr a aceitação porque, por vezes, deparamos com dificuldades entre as solicitações e reportes das empresas, organizações e das associações, no sentido das suas necessidades, e os interesses dos alunos. Criámos formações que vão de encontro dessas necessidades, mas depois percebemos que nem sempre vão de encontro aos interesses e gostos dos formandos.

Anteriormente, ao CF, reportou altas taxas de empregabilidade entre os alunos do ISVOUGA. Está relacionado com esta proximidade com o tecido empresarial e associativo do Concelho?

Exatamente. O ISVOUGA sempre teve uma ligação forte à comunidade, em particular ao meio empresarial, há sempre um contacto próximo, portanto, temos conhecimento daquilo que são as necessidades das empresas, organizações e associações e procuramos dar resposta. Aliás, o ISVOUGA nasceu com esse desiderato. Quando é criado é-o, não só, mas também por um conjunto de empresas que sentiram necessidade de criar uma instituição de ensino que fosse capaz de formar pessoas para acorrer às respetivas necessidades de formação. Está na génese do ISVOUGA e continua a ser a nossa política. Relativamente à taxa de empregabilidade, que está sempre a correr no nosso site, é neste momento de 90%. Mas também é preciso referir que muitos dos nossos estudantes já são trabalhadores-estudantes, que vêm estudar para ascenderem profissionalmente na carreira, requalificarem-se ou divergirem na carreira que já estão a exercer. Isso também permite que tenhamos altas taxas de empregabilidade. Também temos um serviço de acompanhamento da entrada no mercado de trabalho, o CIAP, e através desse serviço divulgamos ofertas de emprego. Por exemplo, na área da Contabilidade estão-nos continuamente a solicitar pessoas formadas na área e raramente temos para disponibilizar a quem nos pede. É uma área muito requisitada, logo a taxa de empregabilidade é total.

Para quem não conhece, como definiria o ISVOUGA?

Recentemente, também me colocaram um desafio para escrever um texto que começasse com “aqui sinto-me em casa” e penso que é precisamente esta a frase que melhor nos define, quer em relação aos docentes, colaboradores não-docentes e fundamentalmente aos alunos. Acredito mesmo que os alunos aqui se sentem em casa. Pela proximidade geográfica, sem dúvida, mas sobretudo pela proximidade nas relações com as pessoas, entre alunos, dos alunos com os professores e serviços. Essa é a característica que melhor define o ISVOUGA, a sua proximidade com o meio. Tentamos, naturalmente depois da pandemia, abrirmo-nos ainda mais à comunidade. Temos desenvolvido nas instalações atividades das mais diversas associações, que nos pedem colaboração. Fazemo-lo com sentido de responsabilidade social, mas também como forma de divulgar o ISVOUGA.

Após o término do seu segundo mandato, pretende continuar a exercer as funções de diretora do ISVOUGA?

Não depende de mim, mas sim, a intenção é continuar.

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Nélson Costa

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DIRETOR | Jornalista de formação e por paixão. Curioso, meticuloso, bom ouvinte, observador até das próprias opiniões.
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