Susana Correia. Deputada do PS na Assembleia da República
Susana Correia ressalva que o PFN, “além de ser importantíssimo para a ferrovia portuguesa, com novas linhas, novos itinerários e mais comboios, não esqueceu a Linha do Vouga”, havendo “uma clara aposta, com o objetivo de ligá-la à Linha do Norte, em Espinho, e integrá-la na rede de serviços suburbanos do sistema metropolitano, que inclui Aveiro e Porto”.
Considerando que “há muitos anos desperta o debate público e político sobre a necessidade de intervenção, é unânime a importância do investimento, que justifique a relação custo-benefício, a modernização e que dê resposta os utentes”.
Manter a bitola métrica, após “ouvidos os técnicos”, a solução apresentada pelo PFN “é a melhor e a mais exequível, para que se tire a Linha do Vouga da situação de abandono a quem tem sido deixada”, ainda que existam “exemplos noutros países de comboios de bitola variável, com tecnologia que permite a mudança da bitola em circulação”.
Face ao argumento relacionado com a exploração turística, refere que a região tem “fortes perspetivas de crescimento na área, resultante do enorme potencial reconhecido, das características naturais e geográficas, e das ofertas que tem desenvolvido ao nível da cultura, indústria e património”. “Todas as infraestruturas que contribuam para potenciar o desenvolvimento da região devem ser valorizadas, uma questão também identificada no PFN: a existência de serviços turísticos especializados. A Linha do Vouga é identificada com elevado potencial turístico, enquanto a única linha de via estreita que resta, que permite potenciar viagens de material circulante histórico e fazer pedagogia e promoção da cultura ferroviária”.
Trocar a bitola é uma opção que foi apresentada “aos técnicos envolvidos na elaboração do PFN e as explicações são de que o plano é o resultado de vários fatores: investimento, características das linhas, utentes que serve e enquadramento com as ligações nacionais”, ou seja, “questões como a bitola são técnicas, que terão sido certamente consideradas”, adita.
O PFN contempla “a prioridade para a linha ferroviária nacional e para a região”, prossegue, classificando-o como um grande avanço para o desenvolvimento e recuperação de uma linha que esteve abandonada durante anos”. “Tempos houve em que o governo PSD/CDS propôs o encerramento. Sublinho a relevância incontestável e que não pode, nem deve, ser irrevelada, nem por ‘politiquice’, do investimento avultado previsto para a requalificação integral entre Espinho e Aveiro, permitindo a ligação à Linha do Norte em ambos os pontos”.
Garante que enquanto deputada continuará a “defender a reforma estrutural na ferrovia, que permite ao país entrar no comboio do desenvolvimento do transporte de pessoas e mercadorias”. “Este plano é um passo gigante no desenvolvimento da região. Continuaremos a defender, ouvindo os reais anseios de populações e autarcas, que estes investimentos tenham uma verdadeira e rápida execução”.
Eleita pelo círculo de Aveiro, encabeçado por Pedro Nuno Santos, ressalva o “papel determinante” do ex-ministro “neste investimento”. “É uma temática estruturante e transversal às demais políticas de desenvolvimento. Este plano está elaborado, é público e os desafios e oportunidades que o país enfrenta não permitirão que respostas e mudanças estruturais como as da ferrovia e todo o trabalho feito possa ser desperdiçado”, prossegue.
Almeja que tudo deve ser feito “para que a requalificação integral desta linha ocorra e que a possamos utilizar como uma verdadeira alternativa”, perspetivando que o PFN “permita uma linha requalificada, tempos de viagem adequados e boas conexões com toda a rede”.
“É um investimento que há muito ansiamos, que foi deixado ao esquecimento e que finalmente podemos vê-lo num plano nacional para ser executado”, reitera.
