“Sucesso só será real se mantivermos a fome de vencer”
Desporto Entrevista Futsal

“Sucesso só será real se mantivermos a fome de vencer”

Chegar ao clube no decorrer da última época foi essencial para preparar o plantel e atacar a subida. André Silva orienta um grupo que ‘destrói’ qualquer adversário que apareça pela frente e o desafio é manter os índices de concentração e motivação dos seus pupilos no máximo, com o objetivo de conquistar a dobradinha. Naturalmente, antevê dificuldades acrescidas na Taça Nacional.

CF – Chegou ao Lusitânia de Lourosa no decorrer da temporada 2023/24. Quão importante foi esse período de habituação para preparar a presente época?

André Silva – Foi essencial. Permitiu-me conhecer melhor a estrutura do clube, a identidade da equipa e, acima de tudo, as características dos jogadores. Foi um período de adaptação mútua. Consegui implementar gradualmente as minhas ideias e entender a dinâmica do grupo.

Tem à sua disposição um plantel que foi reestruturado e apetrechado para subir de divisão. Ter um grupo tão ‘recheado’ facilita o trabalho do treinador?

Um plantel reforçado e com qualidade é sempre uma grande vantagem, ainda mais quando o objetivo é claro: subir de divisão. Mas ter um grupo competitivo também traz desafios. Manter o balneário unido, motivar toda a gente e criar um verdadeiro espírito de equipa são peças-chave para transformar o talento individual em conquistas coletivas. Com um plantel extenso temos mais opções, mais rotatividade e uma competitividade interna maior, o que ‘puxa’ pelos treinos e, claro, melhora o nosso jogo, mas o mais importante é que todos estejam em sintonia, com a identidade do clube bem presente, compromisso total e muita vontade de vencer. É um grupo forte, trabalhador e cheio de ambição. Agora é continuar a crescer e mostrar dentro de campo que estamos prontos para atingir os objetivos.

Nunca é fácil gerir um grupo que pode desleixar-se perante uma série de resultados tão positiva. Como é que mantém os índices de concentração ao máximo?

Sem dúvida. Uma série de bons resultados pode levar a um relaxamento natural, mas a mentalidade tem de ser clara: ainda não conquistámos nada. O foco mantém-se no trabalho diário, na exigência máxima em cada treino e no compromisso com os objetivos. Para manter os jogadores concentrados, apostamos numa abordagem onde a competitividade interna é incentivada. Todos sabem que nada está garantido e que o rendimento diário é determinante. Além disso, trabalhamos muito a componente mental, reforçando que cada jogo é uma nova batalha e que o sucesso só será real se mantivermos a fome de vencer, do primeiro ao último minuto. Respeitamos o que já conquistámos, mas sabemos que o mais importante é o que ainda temos para alcançar. A ambição e a humildade serão sempre os pilares do nosso caminho.

“Respeitamos todos os adversários”

Uma equipa que traduz por vitórias – e quase todas folgadas – os encontros disputados. É um campeonato nivelado por baixo ou o Lourosa é que está uns degraus acima de toda a concorrência?

O percurso tem sido muito positivo, mas não significa que o campeonato seja fácil ou que o nível seja baixo. Muito pelo contrário. Cada jogo traz desafios diferentes, equipas organizadas e adversários motivados. O que faz diferença é o trabalho diário, a qualidade e a ambição do grupo, que encara cada jogo com a seriedade e a determinação necessárias para alcançar os três pontos. Temos estado num patamar alto porque os jogadores têm sido rigorosos, comprometidos e focados. Respeitamos todos os adversários, mas a mentalidade é clara: entrar em cada jogo para impor a nossa identidade e lutar pela vitória, independentemente do nome ou posição da equipa que está do outro lado.

Falhar a ‘dobradinha’ deixará mágoa?

O principal objetivo é a subida, mas entramosem todas as competições com a ambição de vencer. Ganhar todos os jogos é umameta que nos motiva, mas sabemos que o futsal é um jogo de detalhes e que cadapartida tem a sua história.A Taça de Aveiro é uma competição especial e queremos chegar o mais longepossívelcampeonato. Se falharmos algumobjetivo, claro que haverá frustração. Esta equipa tem uma mentalidadevencedora. No entanto, mais do que a ‘dobradinha’, o fundamental é cumprir a meta e elevar o nome do Lusitânia deLourosa ao patamar que merece.

Quanto ao título de campeão de Aveiro, que só uma hecatombe o impossibilitará, não garante a subida à 3.ª Nacional. Terá de ser alcançada via Taça Nacional. Quais serão os principais adversários nessa disputa?

O trabalho não termina com a conquista do campeonato. O verdadeiro desafio será também a Taça Nacional… encontraremos equipas de outros distritos, muitas com qualidade e experiência neste tipo de competição. Ainda é cedo para apontar adversários concretos, mas, historicamente, as equipas de distritos como Porto, Braga, Coimbra e Leiria costumam apresentar formações muito competitivas. O nível sobe e cada jogo será uma final, onde os detalhes farão a diferença. O mais importante é prepararmo-nos da melhor forma, mantendo o foco, a intensidade e a ambição que temos demonstrado. Se continuarmos fiéis ao trabalho que temos desenvolvido, estaremos prontos para lutar pela tão desejada subida à 3.ª Nacional.

A chegada do diretor-geral Ricardo Canavarro ‘reforçou’ a aposta na subida, que nas últimas épocas não passou de uma miragem…

A sua chegada foi um marco para a secção de futsal. A sua experiência, visão e ambição ajudaram a estruturar o projeto de forma mais sólida, criando condições para que a equipa desse um passo em frente. Sabe o que é preciso para construir um plantel competitivo e para manter um grupo focado e motivado. Trouxe organização, profissionalismo e, acima de tudo, uma mentalidade vencedora, que tem sido determinante. Mais do que apostar no sucesso imediato, tem trabalhado para que o futsal do Lusitânia de Lourosa cresça de forma sustentada, garantindo que este projeto tenha continuidade e que o clube possa afirmar-se a um nível cada vez mais elevado.

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