Suldouro projeta estender recolha porta-a-porta a todas as freguesias do Concelho em 2026
Política

Suldouro projeta estender recolha porta-a-porta a todas as freguesias do Concelho em 2026

O relatório de contas relativo ao exercício de 2023 da Suldouro foi apresentando por Fernando Meira, representante da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira na empresa responsável pela recolha seletiva no Município, em sede de Assembleia Municipal, realizada na noite de 20 de setembro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho

Numa Assembleia Municipal que cumpriu um minuto de silêncio em memória das vítimas dos incêndios que devastaram várias regiões do país, o relatório de contas de 2023 da Suldouro – para conhecimento – foi um dos pontos da Ordem do Dia em destaque.

“O relatório de contas é extenso, bastante preciso e versa todos os pontos. Mas começaria por falar do PaP [Porta-a-Porta]. É um projeto mais prático, mas que resolveu o nosso problema. Não avançámos na totalidade, porque a Suldouro está sujeita a condições, apesar de ser uma empresa privada. Comprámos 150 mil ecopontos, dez camiões e iniciámos a recolha seletiva porta-a-porta. Inicialmente, tivemos freguesias com uma adesão de 30%, mas tem havido esforço por parte da Suldouro para rentabilizar os recursos, aumentando essa percentagem”, introduziu Fernando Meira, representante da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira na Suldouro.

O projeto que passa pela entrega gratuita de três contentores de 140 litros aos habitantes dos municípios de Santa Maria da Feira e de Vila Nova de Gaia, para a separação de resíduos recicláveis de papel/cartão, plástico/metal/pacotes de bebida e vidro em casa, e pela sua respetiva recolha, ainda não contempla “quatro a cinco freguesias no Concelho”, mas o responsável estima que sejam abrangidas no início de 2026. “Começámos por Canedo devido ao aterro, mas fomos aumentando. Tínhamos 12 mil contentores [suplentes] e distribuímos pelos dois concelhos, daí termos enquadrado as freguesias de Mozelos e Nogueira da Regedoura no circuito já existente. Temos de adquirir mais 113 mil contentores, dois camiões e está prevista a aquisição de dois ecocentros móveis, um para cada concelho, a construção de uma central para tratar monstros e outra para a recolha de verdes. Tudo aponta para que no plano 2025-27 estas aquisições sejam contempladas e que no início de 2026 estejamos a iniciar pelas freguesias que faltam em Gaia e na Feira”.

As referidas aquisições surgem na sequência das metas do PERSU 2030, que irá implicar “181 milhões de euros de investimento”, podendo refletir-se no “aumento da tarifa”.

O representante da Iniciativa Liberal, Carlos Martins, quis saber mais sobre as expetativas dos custos para os cidadãos do serviço prestado e o socialista Daniel Gomes frisou a necessidade de convencer os munícipes a reciclarem, antes de analisar duramente o relatório. “A Suldouro está para a gestão e valorização dos resíduos urbanos como a Indaqua está para a distribuição de água e captação de águas residuais. O correto é convencerem os cidadãos a reciclar. E temos um problema: estamos a mandar uma proporção elevada de resíduos para aterro e apenas 22% dos resíduos urbanos são recolhidos seletivamente. Além disso, o problema ambiental teve uma repercussão financeira. O ano passado, o Município pagou mais dois milhões de euros à Suldouro e este acréscimo provém do aumento da taxa de resíduos e espera-se que em 2025 seja de 35 euros por tonelada”, disse.

Fernando Meira respondeu que “são os municípios que estão a suportar os custos da recolha seletiva”, antes de dar nota que espera “que os valores sejam acertados para que os municípios paguem menos tarifas”. Contudo, reforçou que “com estes investimentos podem subir significativamente, porque são serviços altamente caros”.

Recorde-se que a Suldouro anunciou o cumprimento de todas as Metas Ambientais preconizadas no Plano Estratégico para os Resíduos Urbanos (PERSU 2020).

Assine agora
Márcia Soares
JORNALISTA | Licenciada em Ciências da Comunicação. A ouvir e partilhar as emoções vividas pelas gentes da nossa terra desde 2019.
    X