Palavras do socialista Márcio Correia, após suspensão de mandato de Emídio Sousa
Emídio Sousa foi anunciado como número um da lista de candidatos do PSD à Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Aveiro, para as próximas legislativas, o que o levou a sair antecipadamente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, dando o lugar ao vice-presidente, Amadeu Albergaria.
Pese embora já estivesse com o mandato suspenso na última reunião de Câmara, realizada na tarde de 29 de janeiro, Emídio Sousa deslocou-se ao salão nobre para usar da palavra, antes do início da habitual sessão quinzenal. “Uma palavra de reconhecimento por este tempo todo em que conseguimos trabalhar. Sou candidato às eleições legislativas, não era algo que estivesse no meu planeamento de trabalho, mas aconteceu e aceitei o desafio. Queria agradecer a todos, quer aos vereadores do PSD, quer aos do PS, com quem consegui, ao longo do tempo, ter uma relação de trabalho, sem abdicarmos de convicções. É mérito de todos”, disse, antes de referir estar suspenso até 10 de março – data das eleições –, podendo “depois disso, eventualmente, retomar funções, até à tomada de posse na Assembleia da República”.
O social-democrata acrescentou ainda que “foram capazes de ultrapassar as diferenças políticas”, terminando a comunicação a partilhar que “a política é talvez a atividade mais nobre do ser humano, pois é a política que permite melhorar a vida das pessoas”.
Ora, no momento de discussão do ponto de suspensão do mandato, o socialista Márcio Correia não poupou nas críticas a Emídio Sousa, face à decisão de aceitar o convite para encabeçar a lista do PSD por Aveiro. “Se fosse presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, jamais abandonaria o meu Concelho para ser deputado na Assembleia da República. Ser deputado na Assembleia da República é um cargo político inferior ao de presidente da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira. O presidente de Câmara deve cumprir e honrar o seu compromisso até ao final do mandato e nunca, por interesses pessoais, abdicar de ser presidente deste Município, no qual nascemos, crescemos e vivemos, para sermos um ‘simples’ deputado na Assembleia da República. Um presidente de Câmara que tenha respeito pelos seus cidadãos e pelo seu Concelho, cumpre o mandato até ao fim. É nestes momentos que temos a certeza de quem se interessa pela causa pública, de forma genuína e séria. E esses são os que não abandonam os seus cargos políticos por meros interesses pessoais”, declarou o vereador.
A resposta a Márcio Correia foi dada por Amadeu Albergaria, que fez questão de deixar um reparo para memória futura. “Entendemos as circunstâncias e é bom que fique para memória futura o que foi dito sobre a importância de um deputado da nação, o sermos candidato a deputado da nação e a importância de um presidente de Câmara. Veremos o que o futuro nos reserva sobre esta matéria”, concluiu.
