Uma cerveja que é “uma fogaça em estado líquido”
Cultura

Uma cerveja que é “uma fogaça em estado líquido”

No âmbito do Festival da Cerveja Artesanal com Lúpulo Feirense, realizado na Quinta do Castelo, o produto da Quatro Torres, ‘influenciado’ pelo doce típico de Santa Maria da Feira, foi uma das novidades

Mais cervejeiros, maior oferta gastronómica e um lançamento inédito: uma cerveja artesanal inspirada na Fogaça da Feira de edição exclusiva e limitada.

Este certame, o Festival da Cerveja Artesanal com Lúpulo Feirense, realizado na Quinta do Castelo, de 3 a 6 de outubro, agregou sonoridades de Portugal e Brasil, com showcookings e conversas temáticas, sem esquecer o tributo a Elis Regina, ícone da música popular brasileira, inserido num ciclo de concertos diários.

No total, foram 16 os cervejeiros que apresentaram os seus produtos à comunidade, num festival que nasceu, também, à boleia do selo atribuído pela UNESCO a Santa Maria da Feira enquanto Cidade Criativa da Gastronomia.

Na parte alimentar, partilha de conhecimentos entre chefs de quatro cidades – Belém, Belo Horizonte e Florianópolis (Brasil) e Santa Maria da Feira – e das variadas cervejas servidos no festival, o destaque esteve no novo produto da Quatro Torres, criado exclusivamente para esta edição.

Resultado de um desafio lançado pelo Município, a cervejeira feirense – em parceria com a Lúpulo Feirense – apresentou à comunidade uma cerveja artesanal que é uma “fogaça em estado líquido”, de edição limitada, uma brown ale adocicada, produzida com a adição da fogaça, durante a brassagem, o que permitiu extrair os sabores do doce para o mosto. Apresenta um perfil suave, caramelizado e com notas algo subtis de especiarias, tornando-se num produto diferenciado e… diferenciador.

Ao longo de quatro dias, realizaram-se conversas temáticas, com painéis de especialistas de cerveja artesanal vindos de todo o país, mas também do lúpulo produzido localmente, elemento essencial no processo de fabrico e conservante natural, cultivado ora no sopé do Castelo da Feira, ora nas margens do rio Cáster.

Houve ainda feira de artesanato urbano, com artigos usados e vintage, assim como exposições de pintura e fotografia, que agregaram trabalhos de vários jovens feirenses.

No primeiro dia de festiva, o presidente da Autarquia destacou “a característica de tudo ser produzido em Santa Maria da Feira” e o facto de as comunidades portuguesa e brasileira reunirem-se e dinamizarem intercâmbio de conhecimentos.

Amadeu Albergaria referiu o “conjunto de atividades que permitem que o festival seja não só desfrutado pelos mais velhos, mas também pelas famílias, numa localização privilegiada”. “Vamos melhorando paulatina e sustentadamente, há crescimento, com fatores de diferenciação a serem introduzidos ano após ano”.

Sobre a cerveja inspirada na fogaça, garante que “o objetivo foi alcançado”. “Ao prova, apercebemo-nos imediatamente dos sabores da fogaça e a cor também é muito próxima”, anuiu.

Quanto à Quinta do Castelo, que acolheu o festival, anteriormente realizado no Mercado Municipal, deverá continuar a ser a escolha. “Estamos bastante satisfeitos com este espaço. A incógnita é sempre a questão meteorológica, mas enquadra-se bem para o que pretendemos. Não ser um festival só para provar cerveja, mas que permita um conjunto mais amplo de atividades. Adequa-se”, finalizou.

Água com lúpulo feirense

Apesar de ainda estar em fase experimental, e pendente de resultados laboratoriais e patenteação, foi apresentada uma água de lúpulo, de sabor gaseificado, sem calorias, glúten, açúcar ou qualquer propriedade de lactose.

Lançada pela Lúpulo Feirense, esta água carbonatada terá “propriedades antioxidantes, antissépticas, anti-inflamatórias, analgésicas, antibacterianas, diuréticas e calmantes”. A comercialização encontra-se pendente de registo.

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Marcelo Brito
JORNALISTA | Curioso assíduo, leitor obsessivo, escritor feroz e editor cuidadoso, um amante do desporto em geral e do futebol em particular.
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