A partir do final da década de setenta, muitos adeptos de clubes desportivos, replicando práticas que geradas em grandes clubes europeus, com a criação de grupos organizados, designados por “claques dos clubes” que “religiosamente” acompanham os jogos das suas equipas.
A presença destes grupos nas realizações desportivas, vieram animar os jogos das suas equipas, recorrendo a coreografias acompanhadas de cânticos, visando incentivar a melhoria do desempenho desportivo dos seus atletas. À época e ainda hoje são apelidados como o 12º jogador que actua fora das quatro linhas!…Nos primeiros tempos, estas manifestações foram bem recebidas, pois proporcionam um novo colorido enriquecedor dos espectáculos desportivos.
Porém, com o decurso dos tempos, as virtudes dessas manifestações rapidamente se degradaram, pois passaram a ter efeito contrário ao pretenso enriquecimento do fenómeno desportivo. Contribuíram para esta degradação, os comportamentos de violência, racismo e xenofobia de elementos infiltrados no seio das claques. A dimensão da violência desses ataques foi de tal ordem, que provocaram vítimas mortais.
Perante estes graves acontecimentos, levou o poder político de vários Governos a intervir com a implementação de medidas sancionatórias, tendo em vista a erradicação desses prevaricadores. Apesar das enormes campanhas levadas a efeito de dissuasão de movimentos racistas, xenófobos e de violência no desporto, até hoje, as diversas legislações produzidas, não conseguiram por cobro a esses actos contínuos de violência e vandalismo, que proliferam nos estádios e na sua envolvente. Esta situação está a ficar caótica, dada a intranquilidade e medo que recai a quem pretenda assistir a espectáculos desportivos do seu clube!
Em recente alteração legislativa sobre violência no desporto, na qualidade de Deputado na Assembleia da República, que integrava a Comissão de Juventude e Desporto, tive a oportunidade de acompanhar, participar e até dar humildes contributos, nessa alteração legislativa. Na regulamentação produzida, foi criada a figura de GOA (Grupo Organizado de Adeptos), que está em vigor, a quem foi regulamentada condições mais apertadas para o exercício das actividades dos GOA,s (Grupo Organizados de adeptos, mais conhecidos por claques). Nessa regulamentação foram considerados criminosos todos os actos cujas práticas recorram à violência, vandalismo, racismo, a xenofobia, tráfico de negócios ilegais etc. são penalizados com sanções pesadas que pode levar à prisão.
De conhecimento público, a situação não tem melhorado, embora se verifique alguns sinais positivos, que se saúda, com destaque especial para a decisão corajosa do Dr. Frederico Varandas, (Presidente do Sporting) que retirou os apoios às claques leoninas que não tinham um código de conduta, em conformidade com os regulamentos com que se regem as Claques!
Porém, não precisando de citar nomes de outros Clubes incumpridores, ditos “Clubes Grandes” que irresponsavelmente estão a prejudicar o desporto, em especial o Futebol, quando permitem que as suas claques funcionem com práticas de violência e ilicitudes! Portugal não é excepção, já que pela Europa e América do Sul esta situação não é nada melhor, pois o mundo assiste a espectáculos degradantes, que envergonham o Futebol.
Irresponsavelmente e de forma perigosa, os dirigentes destes clubes, andam a brincar com assuntos muito sérios que são iminentes casos de polícia. Aliás recentemente tivemos a intervenção das autoridades no seio de uma claque desportiva de um “Clube Grande”, porque as práticas seguidas estão indiciadas por actividades ilícitas, violência e vandalismo.
Todos os desportistas e amantes do desporto, aceitam naturalmente a presença das Claques dentro dos Estádios, mas é preciso por mão nos líderes das mesmas. Salvo melhor opinião, o exemplo corajoso, levado a efeito no Sporting, na através do seu Presidente Dr. Federico Varandas, foi solução para acabar com as balbúrdias dos GOA.s leoninas (Grupos Organizados de Adeptos) “as Claques dos Clubes “. Esta medida deverá urgentemente ser seguida pelas Direções dos Clubes “pondo as suas Claques em ordem”. As Direções dos Clubes, não podem financiar de forma irresponsável essas claques. Garantidamente quando esses apoios de financiamento forem cortados, a existência desses grupos extingue-se naturalmente!…
A ida aos estádios dos apaixonados pelo futebol e suas famílias, não pode ficar dependente de claques/GOA,s, que praticam o vandalismo e selvajaria dentro e nas imediações dos estádios. A bem do Futebol, este ambiente de medo, que se verifica em alguns jogos, devido à presença dessas “Tribos”, tem que acabar. As emoções vividas durante um jogo de futebol devem acontecer em segurança, mas, tal só será possível e garantido quando os energúmenos infiltrados forem identificados, expulsos e impedidos de entrarem nos estádios!…
Por último, os estádios dos “Clubes Grandes” estão dotados de meios tecnológicos, permitem sem grande alarido, sinalizar e identificar esses energúmenos, retirando-os dos estádios e aplicar penas prevista na legislação em vigor, que pode ir de sanções mais leves passando por impedimentos por períodos consideráveis de ingressar em espectáculos desportivos, podendo, em caso limite à sua irradiação!…