Vendas da Corticeira Amorim tiveram quebra de 9,7%
Economia

No primeiro trimestreVendas da Corticeira Amorim tiveram quebra de 9,7%

A empresa decidiu iniciar um processo de reestruturação da Amorim Cork Flooring, que, nos últimos anos, “tem apresentado prejuízos que se agravaram nos primeiros meses de 2024”

As vendas consolidadas da Corticeira Amorim, no primeiro trimestre de 2024, atingiram 234,7 milhões de euros (M€), um decréscimo de 9,7% face ao período homólogo de 2023.

Em nota de imprensa, pode ler-se que todas as Unidades de Negócio (UN) registaram pressão sobre as vendas, exceto a Amorim Cork Composites, cujas vendas cresceram ligeiramente para 27,5 M€ (+0,6% face ao período homólogo). Segundo indica a Corticeira, as vendas da Amorim Cork (-10,4% face ao período homólogo), que representaram 77% das vendas consolidadas, “foram penalizadas pela redução dos volumes, transversal a todos os segmentos, ainda que tenham beneficiado de melhorias do mix de produto e da implementação de subida de preços”.

O EBITDA consolidado totalizou 43,7 M€ o que compara com 47,9 M€ no primeiro trimestre de 2023. “Os primeiros três meses do ano foram afetados por condições de mercado desfavoráveis. Perante os efeitos negativos da desalavancagem operacional, refletindo uma contração de volumes nos setores onde operamos, e do aumento de preços de consumo de cortiça, os nossos esforços concentraram-se em aumentar a eficiência industrial, melhorar o mix e ganhar quota de mercado. No segmento de pavimentos, face à ausência de sinais encorajadores do mercado europeu, tornou-se inevitável a implementação, no curto-prazo, de um Plano de Otimização Industrial que visa reduzir as perdas operacionais e aumentar a eficiência da Amorim Cork Flooring”, refere o CEO, António Rios Amorim.

A Amorim Cork e a Amorim Cork Composites foram as UN que se destacaram em termos de melhoria de rentabilidade no período, refletindo menores custos de matérias-primas não cortiça e melhores eficiências industriais. A margem EBITDA consolidada cifrou-se em 18,6%.

A Corticeira Amorim encerrou assim o primeiro trimestre de 2024 com um resultado líquido de 16,1 M€, uma redução de 32,4% face ao período homólogo. Explica que reflete “a inclusão de custos não-recorrentes da implementação no curto prazo de um Plano de Otimização Industrial na Amorim Cork Flooring (4,0 M€), bem como o aumento dos encargos financeiros em consequência do aumento das taxas de juro e do maior nível de endividamento”.

No final de março, a dívida remunerada líquida baixou para 236,7 M€ (240,8 M€), apesar do acréscimo das necessidades de fundo de maneio (25,7 M€) e do aumento do investimento em ativo fixo (12,4 M€).

Plano de Otimização Industrial da Amorim Cork Flooring

“Influenciado pelo contexto económico que afeta o setor da construção e pela intensificação da concorrência de produtores asiáticos, o mercado de pavimentos na Europa enfrentou reduções de vendas de 14% em 2022 e de cerca de 20% em 2023, registando perdas significativas que têm levado os grandes players do sector a implementar medidas para redução de custos”, afirma a Corticeira, atestando que o contexto penalizou também a atividade e os resultados da Amorim Cork Flooring que, nos últimos anos, “tem apresentado prejuízos que se agravaram nos primeiros meses de 2024”.

Face ao exposto, a empresa decidiu iniciar um processo de reestruturação desta UN que implica, numa primeira fase, “o ajustamento da sua estrutura produtiva e de suporte à dimensão atual das vendas, de forma a reduzir as perdas operacionais e aumentar a eficiência pela otimização industrial”.

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Márcia Soares
JORNALISTA | Licenciada em Ciências da Comunicação. A ouvir e partilhar as emoções vividas pelas gentes da nossa terra desde 2019.
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