Jorge de Andrade
Recordar é sempre uma forma de reviver, contudo, não é fácil reviver o que ainda não está assimilado como verdade, pior, quando esse exercício nos impõe o desaparecimento de um querido e doce amigo.
Advogado de profissão, o Carlos Jorge ocupou variadíssimos cargos, da área política, à desportiva, à social. Foi dando o seu contributo como cidadão, mas, acima de tudo, como feirense empenhado.
Sempre que estávamos juntos, em ambiente descontraído, eram frequentes as nossas conversas, aproveitando para trocar opiniões, sobre experiências que as nossas vidas nos tinham proporcionado. Para além da amizade de muitos anos, a Raquel e o Carlos tinham comigo em comum uma data. Casaram no meu dia de aniversário. Com o apagar das velas do meu aniversario no casamento deles, nasceu aquela tradição entre nós, de todos os anos:
“eh pá, não me esqueci, Parabéns”.
Em reuniões da malta, o Carlos era sempre tido como um desestabilizador (pela positiva), mas às vezes não deixava de nos tirar do sério. Mal escutasse uma conversa em tom mais sério, de salto tipo felino, aproximava-se, inteirando-se do tema, destabilizando tudo com um sorriso jovial, que soube conservar na sua cara de ‘menino de bem’.
Para além da amizade sincera, que fomos cimentando ao longo desta curta vida, o que mais gostava no Carlos Jorge era a sua positividade, sempre acompanhada do tal belo sorriso jovial.
O Carlos e a Raquel, como verdadeiros amigos, marcaram presença na minha vida, nos melhores e piores momentos. Precisamente neste Agosto passado, fez um ano que num dos piores momentos que me foi dado a viver, o Carlos Jorge foi dos primeiros a contactar-me, oferecendo apoio incondicional. Era assim este amigo. Presente, mesmo quando estivéssemos à espera de…
A Feira perdeu um filho e eu um Amigo.
À Raquel, Margarida, ao Carlos e Manuel, desejo saúde, amor e serenidade.
“Confiai nos sonhos, pois neles está escondido o portão da eternidade.”
(Khalil Gibran)
