Muito se tem escrito sobre o agravamento do IUC relativamente aos carros com matrícula até 2007.
Apresentar uma proposta destas, sem analisarem os efeitos da mesma e qual a classe que mais atinge, é no mínimo surpreendente e revoltante, como se todos estivessem em condições financeiras para alegremente baterem palmas e aceitar.
É lamentável esta proposta do Governo, quando anda a apregoar o não aumento de impostos, como se este não fosse, por ser indireto.
De referir que a maioria dos carros estão, em termos de uso, praticamente em bom estado, com poucos quilómetros e usados, em grande parte, só aos fins de semana para dar um passeio com a família. Se cedem em abatê-lo, pelas razões apresentadas pelo Governo, recebendo uma indemnização, provavelmente nunca mais terão condições para adquirirem um outro carro
Por outro lado, se conjugarmos com as inspeções obrigatórias anuais, concluímos que a fixação de 2007 é aleatória e sem fundamento. As decisões são tomadas em cima do joelho, sem consideração por quem não tem possibilidade de trocar o seu carro, que nalguns casos demorou anos a pagar as prestações e agora vê-se obrigado a pagar um agravamento de imposto, mesmo que só utilize o carro aos fins de semana.
É preciso que haja justiça e que pensem nos que não têm condições para trocarem de carro.
Qualquer dia, obrigam os condutores desses carros a pagarem um imposto se usarem um fato feito antes de 2007, porque já não se adequam aos atualmente feitos.
Que sociedade é esta que não pensa nos mais carenciados em termos globais, não aprofundam as consequências negativas que uma má ou desadequada decisão pode provocar numa parte dos cidadãos, neste caso, os mais carenciados?
