Por reconhecer a importância das atividades intergeracionais, “numa altura de afastamento entre gerações”, o Centro Social de Lourosa aposta em atividades que envolvem os idosos do Centro de Dia e as crianças que frequentam o pré-escolar e primário, numa lógica de “partilha e transmissão de valores, competências, aprendizagens e conhecimentos”.
“Este convívio traz diversos benefícios. Por um lado, as crianças beneficiam de aprendizagens ao relacionarem-se com a geração mais velha, que lhes permite desmistificar o envelhecimento, adquirirem conhecimentos e terem a oportunidade de aprender sobre diversos assuntos, recebendo atenção e orientação. Também é uma boa oportunidade para as crianças compreenderem e aceitarem mais tarde o seu próprio processo de envelhecimento. As crianças podem conhecer factos em primeira mão com alguém que os viveu, suscitando interesse pela história”, refere o Centro Social de Lourosa, que acredita que estas atividades fomentam nos idosos “a inclusão social, favorecendo a sua autoestima e o envelhecimento ativo”. “Os idosos com a ‘escola da vida’ partilham com os mais novos os seus saberes, vivências, tradições e cultura”, acrescenta.
A interação permite ainda criar laços afetivos, combatendo a solidão e o isolamento, tendo um impacto positivo na saúde mental da terceira idade.
‘Gerações que Comunicam’
No projeto intergeracional deste ano, ‘Gerações que Comunicam’, o Centro Social de Lourosa encontra-se a trabalhar sobre “os ofícios dos mestres (idosos), sendo que muitos dos quais já desapareceram e outros estão em vias de extinção”.
Na 1.ª atividade, através da leitura das histórias, o contato com os livros foi estimulado, “permitindo conhecer, despertar a imaginação e curiosidade, incentivar a criatividade, proporcionar novas descobertas e aprendizagens, melhorando assim o desempenho escolar”, adianta, garantindo que as sessões de leitura conjuntas são motivadoras para os idosos, além de ajudarem a reduzir o stress e a fortalecer o cérebro.
Esta atividade, que decorreu entre janeiro e fevereiro, levou os idosos aos estabelecimentos de ensino, para conversarem e partilharem com as crianças os seus ofícios: bordadeira, padeiro, sapateiro, costureira, serralheiro, cordoeira, papeleira, mulher a dias, agricultor e corticeiro.
As adivinhas dos ofícios foram o ponto de partida da atividade, seguindo-se uma história (imaginária) infantil alusiva ao ofício.
Atualmente, é a vez das crianças, que estão a deslocar-se ao Centro de Dia, para experimentar, aprender e recriar o ofício dos idosos, através de um trabalho manual com a matéria-prima usada nos seus ofícios.
Em maio, é a altura da terceira atividade do projeto ‘Gerações que Comunicam’, na qual cada criança vai partilhar com os idosos a profissão que gostaria de ter no futuro.
