“A empresa [concessionária] não teve o cuidado de preparar-se para operar”
Política Reunião de Câmara

“A empresa [concessionária] não teve o cuidado de preparar-se para operar”

O novo sistema metropolitano de mobilidade coletiva, intitulado UNIR e da responsabilidade da Área Metropolitana do Porto, cujo concurso público foi ganho por uma empresa espanhola, foi – novamente – tema na reunião do executivo camarário, com os vereadores socialistas a pedirem à Autarquia para pressionar o órgão metropolitano, no sentido de suprir as falhas que assolam os utentes de Santa Maria da Feira

Tem sido tema diário em todos os municípios da Área Metropolitana do Porto (AMP) e foi o que mais tempo ocupou na última reunião do executivo de Santa Maria da Feira, que não contou com a presença dos vereadores social-democratas Amadeu Albergaria, Vítor Marques e Gil Ferreira, fazendo com que PSD e PS estivessem em igualdade numérica.

A implementação do novo sistema metropolitano de mobilidade coletiva, intitulado UNIR, tem gerado confusão e levado os respetivos utentes, em inúmeras situações, ao desespero, devido aos atrasos nos horários, que fazem com que as pessoas não cheguem com pontualidade aos seus postos de trabalho, instituições escolares ou demais compromissos; ao desconhecimento dos percursos por parte dos motoristas; e à sobrelotação dos autocarros. Estes são alguns dos que têm sido apontados como os principais aspetos negativos no arranque da operação.

No período antecessor à ordem de trabalhos, o vereador socialista Sérgio Cirino criticou a “falta de preparação” do concessionário, a empresa espanhola Xerbus – Xerpa Mobility e Monbus, tendo apelado ao presidente da Autarquia que pressione a AMP, no sentido de o órgão agir rapidamente para que as falhas que têm provocado o caos nos transportes públicos do Concelho sejam colmatadas o mais prontamente possível. “A empresa não teve o cuidado de preparar-se para operar no terreno e a prova são os autocarros que ficam [quando não utilizados] na parte de trás do Europarque. Se tivessem vindo para o terreno, tinham alugado um armazém para o feito. Foi tudo feito ‘em cima da hora’”, criticou.

Em resposta, Emídio Sousa relembrou que todos os municípios que integram a AMP delegaram a este órgão a gestão de um “processo complicadíssimo”, que demorou sensivelmente três anos a ganhar contornos de realidade, salientando à posteriori que a concessionária não adquiriu atempadamente veículos em número suficiente, devido às incertezas de um processo judicial que impediu uma implementação mais célere deste novo sistema de mobilidade.

O edil desvendou ainda que a Câmara Municipal criou uma ‘brigada’ que, diariamente, percorre algumas das dezenas de paragens de autocarro espalhadas por todo o Concelho, com o objetivo de ‘substituir’ a UNIR quando os utentes ficam apeados, fortalecendo, ao longo da sua intervenção, que todo o processo está maculado de incompetência.

Para encerrar o tópico, Sérgio Cirino reforçou algo já abordado em sede de reunião de Câmara, e por mais do que uma ocasião, referente à necessidade de melhoramento das condições das paragens do Município.

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Marcelo Brito
JORNALISTA | Curioso assíduo, leitor obsessivo, escritor feroz e editor cuidadoso, um amante do desporto em geral e do futebol em particular.
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