Segundo o vereador socialista Sérgio Cirino, apoiado no relatório de contas e gestão, são cerca de 900 mil euros por mês que a concessionária dos serviços de abastecimento de água e de saneamento de Santa Maria da Feira lucra
Inserido na ordem do dia, mas apenas para conhecimento do executivo, foram tenuemente abordados os relatórios de contas, gestão e exploração da Indaqua referentes a 2023. Tomou da palavra Sérgio Cirino, que como primeira consideração referiu continuar “sem encontrar” os documentos no site da empresa, regozijando-se posteriormente “pelos feirenses estarem-se a ligar cada vez mais à rede”.
No entanto, mostrou-se “muito apreensivo”, assegurando não ser algo que o surpreenda, “com os chorudos resultados da Indaqua”. “Mais um ano de quase dez milhões. São nove milhões e 816 mil euros de lucros brutos, está em 900 mil euros por mês, qualquer dia atinge um milhão… estão em Santa Maria da Feira para ganhar muito dinheiro”, atirou.
Criticou a empresa pela forma como, segundo o próprio, granjeia mais ligações à rede. “Não deixo de ver que a Indaqua consiga mais ligações pelo temor do que pela capacidade em angariar novos clientes devido à qualidade do serviço”, prosseguiu, terminando com outra questão. “A Indaqua é uma empresa privada e livre, mas contrata uma outra do mesmo grupo, a Aqualevel, para prestação de serviços, o que suscita dúvidas. Além de fazer os serviços de desobstrução da rede, tem a subconcessão das ETAR. Custa-me aceitar que isto esteja no contrato de concessão”, referiu.
Em resposta, sobre a Aqualevel, “empresa que faz parte do capital da Indaqua”, o presidente Amadeu Albergaria assegurou que o executivo irá pedir esclarecimentos à concessionária, mas sem entrar em defesa da mesma. “Não me compete estar a fazer a defesa da empresa. Compete-me demonstrar a satisfação, em termos de água e saneamento, pelo Município ter taxas elevadíssimas de cobertura, acima da média europeia. Temos água com qualidade e poucas perdas”.
Por fim, salientou o “forte investimento” da Autarquia nesta matéria. “Ainda há feirenses sem acesso aos serviços, mas temos obras a decorrer e concursos abertos para fazermos extensões da rede. Pretendemos alcançar níveis superiores”, apontou.
